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Relatório da ONU Aponta Crescimento da Insegurança Alimentar em 2024

Fatores como pandemia, guerra e mudanças climáticas agravariam o problema. Soluções e iniciativas de combate à fome são discutidas.

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Relatório da ONU Aponta Crescimento da Insegurança Alimentar em 2024
Foto: Khalil Radi/Unsplash

O último relatório O Estado da Segurança Alimentar e da Nutrição no Mundo, elaborado por cinco agências especializadas das Nações Unidas, destacou que em 2023, 2,33 bilhões de pessoas enfrentaram insegurança alimentar moderada ou grave e 733 milhões passaram fome no mundo. Este cenário negativo reflete uma combinação de fatores adversos que afetam a disponibilidade de alimentos ao redor do globo.

No Brasil, a situação é alarmante. Segundo o Atlas Global de Política de Doação de Alimentos, 61,3 milhões de brasileiros sofrem de insegurança alimentar, o que representa quase um quarto da população. Diversos fatores, incluindo inflação, desigualdade e mudanças climáticas, têm contribuído para agravar este quadro.

Pandemia, Guerra e Mudanças Climáticas: Os Principais Causadores da Crise Alimentar

Lisa Moon, CEO da The Global FoodBanking Network, destaca que desde 2019 a insegurança alimentar tem aumentado significativamente. A expectativa era que esses números diminuíssem após a pandemia, mas o que ocorreu foi exatamente o oposto. A guerra na Ucrânia e a superinflação são fatores que, juntamente com as mudanças climáticas, perpetuam a fome em todo o mundo.

Durante uma entrevista à Agência Brasil no seminário internacional Sistemas Alimentares: Oportunidades para Combater a Fome e o Desperdício, Lisa ressaltou a importância de buscar alternativas para mitigar os graves efeitos dessa crise. “Precisamos discutir constantemente esse cenário para encontrar novos caminhos”, afirmou Cláudia Roseno, gerente de assistência do Departamento Nacional do Sesc.

Como as Mudanças Climáticas Impactam a Insegurança Alimentar?

As mudanças climáticas têm um impacto direto na produção e distribuição de alimentos. A recente tragédia no Rio Grande do Sul, que afetou a agricultura familiar e a produção de arroz, é um exemplo claro de como eventos climáticos extremos podem prejudicar o abastecimento de alimentos em todo o país.

Lisa Moon destacou que as comunidades mais afetadas pelas mudanças climáticas são também as que enfrentam maiores níveis de fome. “Nosso sistema alimentar produz mais do que o suficiente, mas estamos desperdiçando cerca de um terço de todos os alimentos produzidos globalmente, contribuindo para as emissões de gases de efeito estufa”, observou.

Soluções para Combater a Insegurança Alimentar

Resolver a crise alimentar e os impactos das mudanças climáticas não é uma tarefa simples ou rápida, mas é urgente. Cláudia Roseno acredita na importância de diálogos entre pesquisadores, governos e sociedade civil para encontrar soluções. “Precisamos discutir e encontrar outros caminhos para reduzir esses efeitos devastadores”, mencionou.

  • Apoio aos bancos de alimentos: Lisa Moon acredita que estes são cruciais para fornecer suporte às pessoas necessitadas.
  • Proteção de responsabilidade: Empresas que doarem alimentos devem ter segurança jurídica para não enfrentarem problemas legais.
  • Incentivos fiscais: Estes podem ajudar a reduzir os custos das empresas que fazem doações.
  • Rotulagem adequada: Focar na segurança alimentar pode facilitar a doação e reduzir o desperdício.
  • Investimentos no terceiro setor: Pequenos financiamentos em infraestrutura podem aumentar a capacidade dos bancos de alimentos.

Festival Sesc Mesa Brasil: Uma Iniciativa para Combater a Fome

Em comemoração aos 30 anos do programa Sesc Mesa Brasil, a maior rede privada de bancos de alimentos da América Latina, o Sesc, em São Paulo, está promovendo o Festival Sesc Mesa Brasil. Nos dias 10 e 11 de agosto, mais de 80 apresentações artísticas gratuitas ocorrerão em unidades da capital, litoral e interior paulista, além de campanhas de doação de alimentos não perecíveis.

Os alimentos arrecadados serão direcionados a instituições sociais que apoiam pessoas em situação de vulnerabilidade. Mais informações sobre a programação do festival podem ser obtidas no site do Sesc.

Esta iniciativa destaca a importância de um esforço coletivo na luta contra a fome e a insegurança alimentar, um problema que, embora complexo e multifacetado, precisa ser enfrentado com urgência e solidariedade.

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