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ONU critica o combate à pandemia do coronavírus do governo brasileiro: ‘Políticas irresponsáveis’

País já chegou ao número de 5 mil mortos pela Covid-19

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(Foto: Reprodução)

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A Organização das Nações Unidas (ONU) criticou o combate à pandemia do coronavírus do governo brasileiro, nesta quarta-feira. O país já chegou ao número de 5 mil mortos. A organização se pronunciou por meio de dois especialistas em direitos humanos.

Em um comunicado, eles dizem que “o Brasil deveria abandonar imediatamente políticas de austeridade mal orientadas”.

Os relatores da ONU classificaram as políticas públicas adotados pelo governo do presidente Jair Boldonato como “irresponsáveis”. “As políticas econômicas e sociais irresponsáveis do Brasil colocam milhões de vidas em risco”, disseram, em nota.

“A epidemia da Covid-19 ampliou os impactos adversos de uma emenda constitucional de 2016 que limitou os gastos públicos no Brasil por 20 anos”, disse o especialista independente em direitos humanos e dívida externa, Juan Pablo Bohoslavsky, e o Relator Especial sobre pobreza extrema, Philip Alston. “Os efeitos são agora dramaticamente visíveis na crise atual”.

Os relatores ainda ressaltaram que apenas 10% dos municípios brasileiros possuem leitos em Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Além disso, os especialistas afirmaram que o Sistema Único de Saúde (SUS) não tem nem sequer a metade do número de leitos hospitalares recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS)

“O sistema de saúde enfraquecido está sobrecarregado e está colocando em risco os direitos à vida e a saúde de milhões de brasileiros. Já é hora de revogar a Emenda Constitucional 95 e outras medidas de austeridade contrárias ao direito internacional dos direitos humanos”, disse a nota.

Os especialistas comentaram a questão do governo priorizar mais a questão econômica no país: “Economia para quem?”, questionam.

“Em 2018, pedimos ao Brasil que reconsiderasse seu programa de austeridade econômica e colocasse os direitos humanos no centro de suas políticas econômicas”, disseram. “Também expressamos preocupações específicas sobre os mais atingidos, particularmente mulheres e crianças vivendo em situação de pobreza, afrodescendentes, populações rurais e pessoas residindo em assentamentos informais”, detalharam, no documento.

“Não pode se permitir colocar em risco a saúde e a vida da população, inclusive dos trabalhadores da Saúde pelos interesses financeiros de poucos”, ressaltaram. “Quem será responsável quando as pessoas morrerem por decisões políticas que vão contra a ciência e o aconselhamento médico especializado?”, questionam.