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Geleiras Andinas em rápido declínio: Um sinal alarmante das Mudanças Climáticas

As geleiras dos Andes estão em rápido declínio, um sinal alarmante do aquecimento global. Perigo iminente na América do Sul: impactos e consequências.

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Geleiras Andinas em Rápido Declínio: Um Sinal Alarmante das Mudanças Climáticas
Foto: Azis Pradana/Unsplash

As geleiras dos Andes, especialmente na Colômbia, Peru e Bolívia, estão encolhendo a um ritmo alarmante. A situação nunca foi tão grave desde o surgimento da civilização humana. A geleira Quelccaya, por exemplo, a maior geleira tropical do mundo localizada no sudeste do Peru, tem perdido cerca de 60 metros por ano. Quarenta anos atrás, esse número era de apenas seis metros por ano.

A maioria das geleiras tropicais, cerca de 99%, está situada nos Andes sul-americanos, sendo que 71% estão no Peru. O restante está nas cadeias montanhosas da Venezuela, Colômbia, Equador, Bolívia, Chile e Argentina. Essas geleiras são ecossistemas extremamente frágeis, localizados em uma das regiões mais quentes do planeta, o que dificulta o acúmulo de gelo.

O Que Está Causando o Declínio das Geleiras Andinas?

O aquecimento global é o principal culpado pelo rápido derretimento das geleiras andinas. Com o aumento das temperaturas, o derretimento do gelo glacial supera a capacidade de recarga pela neve. Isso resulta em uma maior quantidade de água líquida, ameaçando o fornecimento de água para consumo humano, irrigação e geração de energia elétrica.

A comunidade científica global está trabalhando arduamente para entender a seriedade dessa contração das geleiras. Estudos, como o da Universidade da Califórnia, Berkeley, tentam comparar o atual estado das geleiras com os recuos glaciais periódicos desde o final da Idade do Gelo, aproximadamente 12 mil anos atrás.

Qual é a Importância das Geleiras?

As geleiras são essenciais para o ciclo hidrológico global, representando mais de 75% da água doce disponível no planeta. Elas funcionam como reservas hídricas, retendo parte da precipitação anual. Atualmente, 10% da superfície da Terra está coberta por geleiras, comparado a 30% em tempos geológicos recentes.

  • Monte Kilimanjaro: Um dos três glaciares tropicais da África, localizado na Tanzânia.
  • Problemas de recarga: A capacidade de recarga da neve tornou-se insuficiente devido ao aumento das temperaturas, causando um retrocesso glacial significativo.
  • Impactos locais e globais: O derretimento das geleiras aumenta a quantidade de água líquida e expõe a superfície rochosa, contribuindo para o aumento das temperaturas globais.

As Geleiras Andinas no Holoceno e no Antropoceno

O Holoceno, um período interglacial quente iniciado há cerca de 11.700 anos, trouxe um clima mais estável e favorável, permitindo o surgimento da civilização humana. Já o Antropoceno, termo utilizado por muitos cientistas, descreve a era em que os humanos são os principais agentes do aquecimento global.

Na Cordilheira Branca, a cerca de 300 km ao norte da capital do Peru, encontram-se 35% das geleiras peruanas. Esta cordilheira é a mais alta e extensa glacial tropical do planeta, estendendo-se por 211 km. A importância das geleiras para a região é imensa, e a sua perda representa um grande desafio para as populações que dependem dessas reservas hídricas.

O Canário na Mina de Carvão

O retrocesso glacial nos Andes tem sido mais significativo nos últimos anos. Estudos anteriores mostraram que as geleiras no hemisfério norte, do Alasca à Califórnia, cresceram até a Revolução Industrial, quando começaram a diminuir. Segundo Jeremy Shakun, paleoclimatologista do Boston College, a situação das geleiras andinas é um “canário na mina de carvão” para outras geleiras ao redor do mundo, indicando que uma mudança rápida e significativa está ocorrendo.

Em 1950, a Venezuela tinha dez geleiras tropicais. Hoje, resta apenas uma: a geleira La Corona, no Pico Humboldt. No México, a maioria das geleiras tropicais já desapareceu, e até 2050, não devem existir mais glaciares naquele país. Se as geleiras tropicais dos Andes desaparecerem completamente, os efeitos serão devastadores para a disponibilidade de água, turismo, produção de eletricidade e biodiversidade na região.