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Chile: Mais de 200 pessoas perderam visão em protestos

Governo diz que vai custear tratamento de quem sofreu "violência política"

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(Reprodução)

A associação médica do Chile anunciou nesta quinta-feira que pelo menos 230 pessoas perderam a visão, parcial ou completamente do olho afetado, devido a tiros com espingarda de pressão disparadas por agentes de segurança do Estado durante protestos no país sul-americano.

O oftalmologista Patricio Meza, vice-presidente do Colégio Médico do Chile, afirmou que dessas 230, pelo menos 50 pessoas precisarão de olhos protéticos. “Isso significa que o paciente não apenas perdeu a visão, mas também o olho”.

Segundo estatísticas adicionais da instituição, a idade média das vítimas é de 30 anos e na maior parte dos casos, o ferimento foi causado pelo impacto de um projétil de chumbo ou borracha nos olhos, de acordo com a instituição universitária.

“Estamos enfrentando uma verdadeira crise de saúde, uma emergência de saúde, já que em poucos dias, em três semanas, tivemos o maior número de casos envolvendo complicações oculares graves devido a tiros no olho”, acrescentou Meza.

De acordo com o especialista, a polícia “está atirando a 90 graus, ou seja, diretamente no rosto”. Os feridos acusam agentes da força policial nacional, chamada de Carabineros.

O Instituto Nacional de Direitos Humanos (INDH) chileno afirmou que condena a violência de protestantes, mas que isso não justifica o uso “indiscriminado” de espingardas de pressão pela tropa de choque.

O ministro chileno da Saúde, Jaime Manalich, anunciou um programa de “reparação ocular” para “vítimas de violência política”, que deve cobrir custos de tratamento e atendimento psicológico.