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Meio ambiente

Brasileira ganha Prêmio Ozônio, do coletivo Guardiões do Planeta, em Nova York

Pesquisadora é hoje especialista técnica sênior do Painel de Avaliação Econômica e de Tecnologia para o Protocolo de Montreal no Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente

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(Foto: Reprodução)

O calorão dos últimos dias, ciclones no Sul do Brasil e inverno sem frio indicam que as mudanças climáticas são uma realidade cada vez mais devastadora e que o mundo tem que correr atrás do prejuízo. Foi o que decidiu fazer o bilionário e visionário Richard Branson, fundador do Grupo Virgin. Ele aproveitou a Semana do Clima de Nova York para lançar o Guardiões do Planeta, um novo coletivo de líderes mundiais, ativistas do clima, executivos de empresas e celebridades em favor do clima. Na ocasião, foram anunciados os primeiros sete vencedores do Prêmio Ozônio, e há uma brasileira entre os vencedores: a pesquisadora Suely Machado Carvalho. 

Suely foi premiada como uma referência da ONU sobre clima, fundamental para demonstrar a viabilidade técnica e econômica de soluções seguras e de baixo carbono para o ozônio e pelo seu sucesso no alinhamento da política governamental para a transformação desse mercado. A pesquisadora é hoje especialista técnica sênior do Painel de Avaliação Econômica e de Tecnologia para o Protocolo de Montreal no Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e consultora da Rede Kigali no Brasil, que reúne organizações da sociedade civil em defesa de ações como a Emenda de Kigali ao Protocolo de Montreal. Segundo a justificativa do Prêmio, “Suely ocupou vários outros cargos seniores protegendo o ozônio e o clima ao longo de mais de 35 anos”.

“Como a primeira brasileira co-presidente do Technology and Economic Assessment Panel e atualmente especialista senior estou muito feliz com o reconhecimento recebido. Ser premiada no momento que celebramos o dia internacional da preservação da camada de ozônio, coroa  meu trabalho de mais de 35 anos de dedicação a essa causa”, disse a brasileira premiada.

As substâncias que destroem a camada de ozônio são, em sua maioria, potentes gases de aquecimento global. A substituição delas feita ao longo dos últimos 36 anos evitou que hoje tivéssemos o dobro de impacto atmosférico, o que poderia acabar com a vida de muitos seres vivos da Terra.

A iniciativa dos Guardiões do Planeta visa evitar que a humanidade ultrapasse os limites que, nos últimos dez mil anos, tornaram a vida na Terra sustentável e equitativa para os seres humanos e outras espécies. O controle na emissão de gases que afetam a camada de ozônio no Protocolo de Montreal, celebrado nos anos 80 do século passado, é a prova de que indústria, governos e sociedade podem atuar em conjunto para salvar o planeta.

“O Protocolo de Montreal — um triunfo da colaboração entre a ciência, os governos, as organizações multilaterais e as empresas — transformou indústrias inteiras, investiu na ciência para rastrear e compreender o problema e eliminou 99% das substâncias que empobrecem a camada de Ozônio. Os cientistas prevêem agora que a camada de Ozônio estará em grande parte restaurada até 2060”, disse Branson.

O bilionário ativista destacou que a ação no caso do ozônio é um exemplo de que são necessários esforços coletivos e vigilância constante e ampla colaboração para reverter problemas do clima.