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STF suspende julgamento de norma do CFM que proibiu assistolia fetal

Procedimento interrompe gravidez em casos de estupro

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(Foto:Fabio Rodrigues/Agência Brasil)

O Supremo Tribunal Federal suspendeu, nesta sexta-feira (31), o julgamento sobre a legalidade da resolução do Conselho Federal de Medicina que proibiu assistolia fetal para interrupção de gravidez em casos de estupro, medida permitida pela legislação.

No início deste mês, uma decisão individual do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, derrubou a norma. Na sessão do plenário virtual iniciada durante madrugada, a Corte começou a decidir se a liminar do ministro será referendada. No entanto, um pedido de destaque feito pelo ministro Nunes Marques interrompeu o julgamento.

Apesar da suspensão, a derrubada da resolução do CFM continua em vigor. Não há data para retomada da análise do caso.

Até o momento, o placar de votação está 1 a 1. Além de Moraes, que votou em manter a própria liminar, o ministro André Mendonça divergiu e votou em validar a resolução do conselho.

Ele entendeu que o CFM tem atribuição legal para estabelecer protocolos de atuação médica.

“Se já é no mínimo questionável admitir a legitimidade do Poder Judiciário para definir, em lugar do legislador, quando o aborto deva ser permitido, afigura-se ainda mais problemática a intenção de pretender estabelecer como ele deve ser realizado, nas hipóteses em que autorizado”, afirmou o ministro.

A decisão de Alexandre de Moraes foi motivada por uma ação protocolada pelo PSOL. Em abril, a Justiça Federal em Porto Alegre suspendeu a norma, mas a resolução voltou a valer após o Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região derrubar a decisão.

Ele entendeu que houve “abuso do poder regulamentar” do CFM ao fixar regra não prevista em lei para impedir a realização de assistolia fetal em casos de gravidez oriunda de estupro. Alexandre de Moraes lembrou que o procedimento só pode ser realizado pelo médico com consentimento da vítima.