Esportes
Wilson Seneme faz alerta sobre constantes simulações e aprova não expulsão de Gabigol por pisão em Ganso
Presidente da Comissão de Arbitragem da CBF analisou últimos jogos do Brasileirão e da Copa do Brasil
A CBF divulgou nesta terça-feira a análise de Wilson Seneme, presidente da Comissão de Arbitragem da entidade, sobre os lances da última rodada do Campeonato Brasileiro e os jogos de ida das oitavas de final da Copa do Brasil. Sendo um dos temas mais comentados nos últimos dias, a simulação de faltas foi destacada pelo dirigente.
Para Seneme, dois fatos envolvendo Flamengo e Fluminense foram importantes negativamente – ambos envolvem os atacantes Germán Cano, do Flu, e Gabigol, do Fla, que deveriam ter recebido o cartão amarelo por simularem faltas. No clássico do último sábado, contra o Botafogo, o argentino tentou a marcação de um pênalti, enquanto que Gabigol teve a mesma atitude na última terça-feira, no Fla-Flu válido pela Copa do Brasil.
“Nos preocupa, nos chama a atenção, e temos trabalhado com os árbitros. Não podemos nos acomodar. Às vezes, eu vejo os árbitros acomodados em não cair na simulação, no teatro que os jogadores fazem, temos que ir além. Se o árbitro identifica situações teatrais, eles precisam punir com o amarelo. Esperamos que os árbitros nas próximas rodadas sejam rigorosos nesse quesito” – disse Wilson.
“Sabendo que está dentro da área, ele arrasta o pé em direção ao adversário. Claramente o Cano busca o contato e deixa o corpo cair. Ele cai olhando para o árbitro” – continuou em relação ao atacante tricolor.
“Ele coloca a mão no rosto e se joga para trás. Era passível de cartão amarelo” – finalizou o tema citando o jogador rubro-negro.
O que mais chamou a atenção, no entanto, no sentido polêmico, foi o fato de Seneme ter entendido que Gabigol não merecia ser expulso por conta do pisão em Paulo Henrique Ganso, ainda durante o primeiro jogo das oitavas de final da Copa do Brasil.
“Por entendimento de jogo de futebol, se a gente olhar em princípio, o Gabriel tenta botar o pé do lado do jogador, e não na frente onde está o jogador. Quando ele puxa e coloca o pé do lado, coincidentemente a perna do Ganso foi para o mesmo lugar. E aí existe o impacto, existe o pisão” – disse.
“O Gabriel está em movimento. Se ele pudesse parar, a gente avaliaria isso também. Mas, como ele está em movimento, a gente tem que avaliar se ele alivia o peso do corpo quando ele passa de um lado para o outro ou se ele põe força no pé para caracterizar uma conduta violenta. No segundo seguinte, ele apoia o peso do corpo na ponta do pé. Ele pisou, mas, para mim, os elementos que demonstram essa ação demonstram totalmente um acidente de trabalho, nada de ação violenta para cartão vermelho” – encerrou Seneme.
O pisão em questão aconteceu aos 20 minutos da etapa final, quando o Fluminense já havia perdido o volante Felipe Melo, expulso por conta de uma falta no próprio Gabigol, durante um contra-ataque rubro-negro.