Botafogo
STJD adia julgamento de John Textor, denunciado por não apresentar ao Tribunal provas de corrupção no futebol brasileiro
Procedimento deverá ser realizado na próxima sessão da Primeira Comissão Disciplinar da entidade
O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) retirou, da pauta desta segunda-feira (15), o julgamento do norte-americano John Textor, acionista majoritário da SAF do Botafogo, denunciado por não apresentar na esfera desportiva provas de manipulação de resultados no futebol brasileiro. A decisão foi tomada pelo Auditor Relator do processo, Miguel Ângelo Cançado.
“Tirei o processo da pauta de amanhã por dois motivos. Primeiro, entendo que preciso fazer uma melhor análise do processo em que consta a denúncia e dos outros processos que envolvem a questão. Além disso tenho um compromisso profissional em Goiânia que me impede de participar da sessão. Na próxima sessão da 1ª Comissão ele volta na pauta”, disse com exclusividade Miguel Cançado, ao tupi.fm.
Textor foi enquadrado por dupla infração ao CBJD, nos artigos 220-A, inciso I: Deixar de colaborar com os órgãos da Justiça Desportiva e com as demais autoridades desportivas na apuração de irregularidades ou infrações disciplinares, que prevê multa de R$ 100 a R$ 100 mil, com fixação de prazo para cumprimento da obrigação; e 223: Deixar de cumprir ou retardar o cumprimento de decisão, resolução, transação disciplinar desportiva ou determinação da Justiça Desportiva, com multa de R$ 100 a R$ 100 mil. Quando o infrator for pessoa natural, a pena será de suspensão automática até que se cumpra a decisão, resolução ou determinação, além de suspensão por noventa a trezentos e sessenta dias e, na reincidência, eliminação.
No início de março, John Textor afirmou ter posse de gravações de árbitros reclamando do não recebimento de propinas. Ele também revelou ter havido manipulação de resultados no Brasileiro de 2021,2022 e 2023. Disse ainda em vídeo que houve manipulação em jogos do Palmeiras, São Paulo e Fortaleza em 2023. Diante das declarações, a Procuradoria abriu inquérito para apurar os fatos. Textor não cumpriu dois prazos para apresentação das provas.
O caso foi levado ao Pleno em sessão do dia 14 de março, que por unanimidade de votos declarou a competência da Justiça Desportiva para a apuração dos fatos. Por maioria dos votos, o Pleno não referendou a suspensão automática aplicada pelo auditor processante do inquérito.
Recentemente, Textor veio ao Rio de Janeiro trazendo o novo técnico Artur Jorge. Ele foi depor na Polícia Civil, onde afirmou que entregou documentos e provas de irregularidades no futebol brasileiro. A Polícia Civil está investigando o caso com o Ministério Público. O Senado Federal instaurou uma CPI para apurar o caso.