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Raniel: ‘Com 14 anos eu comecei a beber. Depois, a me drogar. E até vender drogas eu vendi’
Entrevista foi dada ao site 'The Players Tribune Brasil'Raniel começou sua trajetória com a camisa 9 do Vasco da Gama muito bem. Com 3 gols em 5 jogos, o centroavante conquistou a torcida e ficou famoso por dar 500 reais para cada assistência que receber. Mas sua história chama bastante atenção, onde desde de pequeno teve que lutar com ele mesmo para prosseguir com a carreira de jogador. Em entrevista ao “The Players Tribune Brasil”, Raniel, hoje com 25 anos, contou seus problemas com as drogas e bebida.
“Com 14 anos eu comecei a beber. Depois, a me drogar. E até vender drogas eu vendi. É doído demais lembrar disso, parece que estou jogando sal numa queimadura de água-viva. Eu era só uma criança e acabei cedendo àquele mundo perigoso que me cercava. Uma hora ficou tão ruim, mas tão ruim, que o Santa Cruz me levou pra morar na concentração. Eles queriam me afastar da beirada do precipício. Funcionou por um tempo… Só que quando eu completei 17 anos, já tinha subido pro profissional, fui pego no antidoping por uso de cocaína. Passei quase um ano sem poder jogar. De novo aquele medo, aquela vergonha, o desespero” disse o camisa 9.
Depois, Raniel se transferiu pro Cruzeiro onde viveu seu melhor momento. “Joguei quatro anos lá e ganhei duas Copas do Brasil e dois Campeonatos Mineiros. Foi o período mais feliz que eu tive no futebol, por enquanto. Apareci pra todo o país e mostrei meu potencial. Por isso, além do Santa, também sou muito grato ao Cruzeiro. Quantos clubes acreditariam num jogador com histórico de alcoolismo, drogas, pego no antidoping e tudo? (…) Precisa ter coragem e amor pra ficar ao lado de uma pessoa assim. E mais uma vez alguém teve coragem e amor pra ficar comigo, cuidar de mim, salvar a minha vida.”
Em 2020, o jogador se transferiu para o Santos após a perda de seu filho. Lá, ele diz ter vivido seu pior momento. “Eu tive uma recaída. Eu me afundei. Bebia, bebia, bebia até cair e bebia mais um pouco deitado. Só parava depois de desmaiar. Eu queria me destruir. Eu via que a qualquer momento algo grave ia acontecer comigo. E eu desejava que acontecesse, porque aquele abismo em que eu caí depois do antidoping no Santa Cruz ficou rasinho perto desse. ”