Esportes
Presidente da Federação Espanhola anuncia renúncia
Luis Rubiales deu um beijo sem consentimento na jogadora Jenni Hermoso e despertou revolta do público
O presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) renunciou ao cargo após ser muito pressionado por ter dado um beijo sem consentimento na jogadora Jenni Hermoso durante as comemorações do título espanhol da Copa do Mundo feminina. O dirigente enviou uma carta à Federação anunciando a sua renúncia e também deixou a vice-presidência da UEFA.
“Tive que aguentar muito nessas três semanas. Mas isso é mais uma questão não só de mim. Coisas sobre mim não podem afetar terceiros”, disse o ex-presidente em entrevista ao jornalista inglês Piers Morgan.
Rubiales está suspenso pela FIFA por 90 dias desde 26 de agosto. Com isso, ele não pode exercer nenhum cargo ou atividade relacionada ao futebol. O espanhol estava na presidência da RFEF desde 2018.
Tudo começou na cerimônia de comemoração após a final da Copa do Mundo feminina, na qual a Espanha se sagrou campeã. Rubiales beijou Jenni Hermoso à força, o que deixou a jogadora e o público indignados. A atleta, inclusive, denunciou o presidente por agressão sexual. O Ministério Público Espanhol deu início ao processo três dias depois do depoimento de Hermoso. Pelo crime, o dirigente pode pegar de um a quatro anos de prisão.
Confira a carta enviada por Rubiales:
“Boa noite.
Hoje transmiti às 21h30 ao Presidente em exercício, Sr. Pedro Rocha, a minha renúncia ao cargo de Presidente da RFEF. Também informei que fiz o mesmo com a minha posição na UEFA para que a minha posição na Vice-Presidência possa ser substituída.
Após a rápida suspensão levada a cabo pela FIFA, mais um processo contra mim, é evidente que não poderei retornar à minha posição. Insistir em esperar e aguentar não vai contribuir para nada de positivo, nem para a Federação nem para o futebol espanhol. Entre outras coisas, porque existem poderes de fato que impedirão a minha volta.
Há a gestão da minha equipe e, acima de tudo, a felicidade que tenho o enorme privilégio destes mais de 5 anos à frente da RFEF. Não quero que o futebol espanhol seja prejudicado por aoda esta campanha tão desproporcional e, acima de tudo, levo isto na decisão depois de ter me assegurado de que minha saída contribuirá para a estabilidade que permitirá à Europa e à África continuar unidos no sonho de 2030, que permitirá ao nosso país trazer o maior evento do mundo.
Devo olhar para frente, olhar para o futuro. Agora há algo que me preocupa firmemente. Tenho fé na verdade e farei tudo esteja em meu poder para prevalecer. Minhas filhas, minha família e o pessoas que me amam sofreram os efeitos da perseguição excessiva, assim como muitas falsidades, mas também é verdade que na rua, cada dia mais, a verdade prevalece. Daqui transmito a todos os trabalhadores, membros da assembleia, federações e pessoal do futebol em geral, um grande abraço, desejando-lhe boa sorte. Obrigado a todos que me apoiaram nesses momentos”.