Esportes
Polícia sabia de confronto entre torcidas do Santa Cruz e Sport antes do clássico
Documento da Polícia Civil revelou que forças de segurança já tinham conhecimento dos planos de confronto antes da partida
A Polícia Civil de Pernambuco já tinha conhecimento prévio sobre o risco de confrontos entre torcidas organizadas de Santa Cruz e Sport antes do clássico do último sábado (1º). Um relatório da Delegacia de Polícia de Repressão à Intolerância Esportiva (DPRIE) apontava que membros das organizadas estavam planejando emboscadas e fabricando armas caseiras para os conflitos.
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Mesmo com essas informações, cenas de violência extrema tomaram as ruas do Recife. O Hospital da Restauração recebeu pelo menos 12 vítimas de agressões, sendo que quatro seguem internadas. Entre os casos mais graves, um homem foi espancado e violentado sexualmente em via pública.
O documento da Polícia Civil detalhava que as torcidas estavam marcando locais para brigas e preparando armamentos improvisados, como bombas caseiras e barrotes com pregos, para ferir rivais. Mesmo assim, os grupos conseguiram se encontrar no trajeto para o estádio, apesar da escolta policial.
O secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho, negou falhas no policiamento e afirmou que os confrontos poderiam ocorrer em qualquer local da cidade, devido ao grande número de torcedores. No entanto, a alegação contrasta com o relatório da própria polícia, que apontava o planejamento antecipado das brigas, além de um documento protocolado junto à Polícia Militar apontando qual trecho seria seguido pela organizada.
Após os incidentes, o governo de Pernambuco anunciou a realização de cinco jogos com portões fechados para Santa Cruz e Sport. O Ministério Público também recomendou que os clubes adotem o cadastramento biométrico de torcedores. O Sport já anunciou que recorrerá da punição na Justiça, e o Santa Cruz pode seguir o mesmo caminho.
A Secretaria de Defesa Social (SDS) afirmou, em nota, que seu planejamento de segurança considera diversos fatores, incluindo informações de inteligência, monitoramento aéreo e escoltas. Apesar disso, os confrontos saíram do controle, exigindo uma resposta emergencial das forças de segurança.
O caso segue sendo investigado pela Polícia Civil, e 32 pessoas foram detidas após os conflitos, sendo que seis foram presas em flagrante e encaminhadas para audiência de custódia.
