Esportes
Pedrinho revela como lidava com a depressão: “eu estava em depressão profunda”
Ex-jogador com passagem pelo Vasco e outros times revelou se achava culpado pelas lesões.O ídolo do Vasco, Pedrinho, foi o convidado para participar do programa Bola da Vez, da “ESPN”. Em entrevista, o ex-jogador disse que convivia com a depressão, e chegou a achar que era o culpado pelas lesões que sofria e só acreditava que estava bem depois de ver os exames médicos.
“Acho que o fato de eu continuar praticando esporte tem um pouco do lastro psicológico de sempre ouvir durante a carreira que eu era muito frágil. E também um certo receio de engordar muito, como acontece com muitos ex-atletas”, disse Pedrinho.
O ex-atleta disse que o esporte foi uma válvula de escape, e que se sentia frustrado.
“Também acredito que o esporte seja um refúgio. Despejo ali toda minha frustração. É uma palavra pesada, mas, às vezes, eu me sinto frustrado. Eu sei onde eu poderia chegar. Eu era convocado às seleções de base e fui convocado aos 20 anos para uma seleção que tinha muitos craques, mas fui impedido de me apresentar porque sofri uma entrada que gerou uma lesão grave envolvendo ossos e ligamentos. É uma questão que eu não tenho bem resolvida comigo até hoje. Muitos atletas não aguentam a ideia de jogar bola depois de aposentados, mas talvez seja porque eles jogaram muito, em quantidade mesmo. Eu tenho saudade de jogar bola. Acho que não joguei o quanto um jogador com o número natural de lesões costuma jogar na carreira”
Quando esse sentimento (de se sentir culpado pelas lesões) acabou?
“Já no final da minha carreira, eu vou para o Santos e, depois de um diagnóstico de um problema no quadril e de um tratamento, consigo a maior sequência da minha carreira, que é de 60 partidas”.
Pedrinho lembra da ajuda que Luxemburgo deu, e citou que já estava em estágio avançado.
“E eu tinha preconceito com isso. Quando eu fui diagnosticado, mérito para o Luxemburgo, eu já estava em estágio avançado, já era uma depressão profunda. Eu morava sozinho, então chamaram minha família para morar comigo e passei a tomar 14 comprimidos”, revelou. “Foram uns dois ou três anos tomando remédio”.