Campeonato Brasileiro
Mario Bittencourt confirma venda de Luiz Henrique, explica motivos e pede confiança do torcedor; confira
Dirigente admite necessidade financeira e diz que negociação foi a melhor obtida pela cúpula tricolorDepois da enorme repercussão negativa e a pressão do torcedor do Fluminense, o presidente tricolor, Mario Bittencourt, concedeu entrevista coletiva neste domingo (13). Entre diversos temas abordados, a questão que mais chamou a atenção foi a do jovem de 21 anos, que será mesmo vendido ao Real Bétis, da Espanha. O problema não foi a venda e si, mas o valor que foi aceito pela diretoria, considerado bem abaixo pelos torcedores.
“Tínhamos um cenário com outras duas situações em aberto, uma delas do Nino e a outra do Gabriel Teixeira, quando chegou a primeira proposta oficial pelo Luiz nos últimos dois anos. Recebemos uma ou duas propostas baixas quando ele subiu para os profissionais, de 1 milhão, 2 milhões e meio e lá atrás recusamos. Depois disso foram dois anos atuando, não recebemos propostas e recebemos uma proposta concreta no ano passado e 7 milhões de euros por 100% do próprio clube que estamos negociando e dissemos não. As negociações seguiram em janeiro e fevereiro. Nada ocorreu após o jogo de quarta passada, o primeiro jogo na Libertadores. É uma negociação que vinha seno feita e o clube vinha resistindo, fazendo contrapropostas e acreditando que as vendas do Nino e Biel fossem concluídas e não foram. Por conta de falta de cenário, recursos comprometidos e dívidas de curto prazo, esse ano temos que pagar 17 milhões de reais em dívidas internacionais, como as do Sornoza e Orejuela. A falta desse pagamento poderá gerar impedimento de transferência e nos tirar pontos” – iniciou explicando o dirigente.
Luiz Henrique foi vendido por 7 milhões de euros, cerca de R$ 72 milhões na cotação atual. Encaminhada, a negociação será concretizada nos próximos dias, mas Mario fez questão de enfatizar que o clube buscou o melhor negócio, seja em valores, manutenção de parte dos direitos econômicos e o tempo que o atleta ainda permanecerá vestindo a camisa tricolor.
“Seria maior? Menor? Com mais ou menos percentual? Não sabemos. O que sabemos é que do início da proposta, de €7M por 100%, pra chegar em €13M por 85%, ainda ficando com 15% e tendo ele até meio do ano, foi o melhor que conseguimos no momento” – disse.
Diante dessa situação, além do próprio valor da venda em si, o torcedor se questiona quanto ao elenco para temporada e se o Tricolor vai ter um elenco forte para as disputas da temporada. Bittencourt deixou claro que o trabalho está sendo feito dentro das necessidades, mas não de qualquer jeito e fez questão de pedir a confiança do torcedor diante desse cenário atual da equipe das Laranjeiras.
“As pessoas têm feito comparativos com outros jogadores. Existem vendas melhores que essa, outras piores. E toda venda depende de valor de mercado e da necessidade de quem está vendendo. Se corremos o risco, nesse momento, com todas essas dívidas de curto prazo, além de todo o funcionamento do clube, onde daqui a 10 ou 15 dias com dívidas pesadas e cumprindo fielmente e tantas outras, a licitação do Maracanã, o Fluminense precisará fazer um aporte financeiro, todas essas questões desenharam um cenário que precisamos fazer uma venda no fim do ano (2021). Não conseguimos. A gente assinou um pré-acordo (com o Betis) ainda em fevereiro, antes do início a Libertadores onde a gente prevê a ida do atleta entre os meses de julho e agosto. Construímos uma operação financeira onde precisamos ter o clube com sua austeridade e estabilidade em dia. Nenhum de nós fica feliz em ter a saída de um atleta, que temos um carinho enorme, grane jogador, mas a gente vem demonstrando ao longo da nossa gestão, e por isso peço um voto e confiança na gente, porque estamos conseguindo repor a saía e ter performance melhor a cada ano” – continuou.
Por fim, o dirigente foi perguntado sobre a possibilidade de Luiz Henrique permanecer no clube até o final da temporada ou até o término da participação tricolor na Libertadores, por exemplo:
“O atleta não vai agora e sim no meio do ano. Jogará mais 4 meses. Há a possibilidade de conversar com o Bétis pra tentar estender? Se entenderem que ele está bem aqui e quiserem, a gente pode conversar, mas não é o que está previsto no pré-contrato. Se a gente tivesse esperado, chegasse no meio do ano e ele recebesse uma proposta, sairia do mesmo jeito e nós teríamos que fazer a venda da mesma maneira, porque a gente precisa fazer vendas no meio do ano” – finalizou o dirigente.