Esportes
Inglaterra na Copa e Grã-Bretanha nos Jogos Olímpicos? Entenda o motivo
Desavenças políticas históricas são deixadas de lado no período olímpico e ilha se consolida como potência
Diversas questões geopolíticas ficam em evidência no período dos Jogos Olímpicos. Desde países não reconhecidos pela ONU, mas registrados no evento, até as ausências de Inglaterra, Escócia e País de Gales como nações soberanas. O segundo tópico é remanescente da primeira edição moderna dos jogos, em 1896, em Atenas.
Antes de qualquer explicação, cabe ressaltar a diferença entre Inglaterra, Reino Unido e Grã-Bretanha. Também é fundamental explicar a importância da Irlanda no contexto e uma peculiaridade da Irlanda do Norte. O país permite o direito de escolha sobre qual bandeira o atleta tem o desejo de defender.
O Reino Unido da Grã-Bretanha e da Irlanda do Norte é composto por Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte, países independentes, mas que respondem à coroa que tem o Rei Charles III como chefe de estado. Quando a menção é sobre Grã-Bretanha a referência é sobre a maior ilha do arquipélago, ao leste, onde ficam Inglaterra, Escócia e País de Gales. Irlanda é a ilha ao Oeste, dividida entre Irlanda, que não é do Reino Unido, e a Irlanda do Norte, ainda sob a coroa.
A bandeira que representa a Grã-Bretanha é tradicional ‘Union Jack’ é uma sobreposição das bandeiras de Inglaterra, Escócia e Irlanda do Norte. Com o passar do tempo, além da questão tradicional, a consolidação da marca também foi levada em conta para que houvesse a manutenção. E a unificação também acontece com o hino executado após eventuais medalhas de ouro.
Em jogos de futebol, por exemplo, Escócia e Inglaterra protagonizam uma rivalidade histórica – considerada a mais antiga do esporte. O primeiro não possui um hino oficial, mas a canção popular ‘Flower of Scotland’ (Flor da Escócia) foi adotado por entidades como a Fifa. O intuito é evitar que os escoceses cantem o ‘God Save The King’ (Deus Salve o Rei), que é soberano para todo o reino. A rejeição é por uma falta de antipatia causada por questões históricas.
Uma das lendas recentes do tênis, o escocês Andy Murray é bicampeão (2012-2016) e teve que subir ao topo do pódio ouvindo a canção que é rejeitada por boa parte do país. Não acaba sendo uma grande novidade para o esporte em geral. Escoceses como Jim Clarck e Jackie Stewart também defenderam a bandeira britânica em seus momentos de glória na Fórmula 1.
Diante de curiosidades e controversas, a Grã-Bretanha é uma das principais potências olímpicas. Nos jogos de Tóquio, realizados em 2021, foi a quarta no quadro de medalhas, atrás apenas dos soberanos Estados Unidos e China, e dos anfitriões japoneses. No total, foram 22 ouros, 20 pratas e 22 bronzes.