Esportes
Exclusivo! Ex-médico do COB explica porque conduta de Gabigol gerou suspensão
Segundo o profissional, o jogador foi suspenso por “violar as regras do doping, ou tentar burlar, mascarar e adulterar as amostras”
Nesta segunda-feira (25), o atacante Gabriel Barbosa foi suspenso por dois anos após tentar fraudar um exame antidoping realizado em abril de 2023, na véspera da final do Campeonato Carioca na qual o Fluminense venceu por 4 a 1 e foi campeão. Em entrevista ao Giro Esportivo, o ex-médico do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Gustavo Campos, afirmou que o jogador foi suspenso por “violar as regras do doping, ou tentar burlar, mascarar e adulterar as amostras” e explicou de que forma a conduta do atacante foi decisiva para a suspensão.
“Além de fugir dos protocolos, ele teve uma atitude desrespeitosa com os oficiais de controle de dopagem, e pegou um oficial que levou isso ao pé da letra. Então, quando você tem mesmo um resultado negativo, e hoje a gente não usa mais o resultado negativo, e esse é um ponto até importante, ele teve um resultado analítico, e ele não necessariamente pode ser só por presença de substância na urina ou no sangue, pode ser exatamente por você violar as regras do doping, ou tentar burlar, mascarar e adulterar as amostras. Então, por isso que a gente não fala negativo ou positivo, porque mesmo tendo sido negativo o exame que ele fez, ele teve um resultado analítico adverso. Ele teve uma alteração em toda a cadeia de protocolo do processo. Então, com isso, ele teve essa alteração e, por isso, ele acaba sendo julgado e punido”, disse Gustavo.
O profissional trabalhou no COB durante 2011 e 2015, e esteve nos Jogos Olímpicos de Londres. Atualmente, Gustavo Campos atua como diretor médico do Al-Shabab, da Arábia Saudita, que tem jogadores como Vitinho e Cuellar, ex-Flamengo, Carrasco, ex-Alético de Madrid, e Rakitic, ex-Barcelona. Ele também falou como evitar esse tipo de ação dos atletas.
“A gente normalmente tem um programa de educação continuada para os atletas, onde a gente orienta, dá palestras, conversa, também existem livros, e eles recebem anualmente o caderno. Hoje existem alguns aplicativos que falam sobre medicamentos que podem e que não podem ser usados. A gente orienta que nada deva ser ingerido sem o conhecimento da equipe médica. ‘Vou tomar um chá da vizinha’, pergunta antes que a gente está à disposição. Às vezes, o remédio que a tua avó quer te dar para melhorar uma dor de cabeça pode te complicar, o chá que tua vizinha disse que é bom para curar tua gripe pode ter algum problema.”
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Gabigol foi denunciado acusado por infração ao artigo 122 do Código Brasileiro Antidopagem, que se refere a “fraude ou tentativa de fraude de qualquer parte do processo de controle”. A pena máxima para casos desse tipo é de até quatro anos. O jogador ainda pode recorrer da decisão ao Tribunal Arbitral do Esporte (TAS), mas a partir do momento que tentar o recurso, ou será absolvido ou terá a pena máxima definida. Ele também pode tentar um efeito suspensivo da pena enquanto o recurso não é julgado, ou seja, poderia atuar enquanto o recurso é avaliado pela justiça.
O julgamento nesta segunda foi conduzido pela Justiça Desportiva Antidopagem, em sessão que durou pouco mais de duas horas. A votação terminou com placar de 5 a 4 a favor da suspensão de Gabigol.
De acordo com quem fez os exames, essa foi a atitude do atacante: não se dirigiu a eles antes do treino, depois da atividade os ignorou e foi almoçar, tratou a equipe com desrespeito, não seguiu os procedimentos indicados, pegou o vaso coletor sem avisar a ninguém, irritou-se ao ver que o oficial o acompanhou até o banheiro para a coleta e, ao fim, entregou o vaso aberto, contrariando orientação recebida.
Gabigol fez um post nas redes sociais negando ter tentado “obstruir ou fraudar qualquer exame”. Além disso, o jogador acredita que será inocentado.