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Futebol deve parar durante a pandemia? Comentaristas da Tupi debatem sobre o assunto

Gerson Canhotinha de Ouro, Dé Aranha, Apolinho, Rubem Leão e Gilson Ricardo analisaram o tema no Show da Galera deste sábado (20)

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Em meio ao aumento do número de casos e mortes pelo novo coronavírus no Brasil, muitos campeonatos regionais estão sendo paralisados para conter o avanço das contaminações, como o de Minas Gerais, Goiás, Rio Grande do Norte e São Paulo. Por isso, os comentaristas da Rádio Tupi, no programa Show da Galera deste sábado (20), debateram sobre a continuidade dos jogos de futebol no país e analisaram o atual cenário brasileiro de enfrentamento à crise de covid-19.

Para Dé Aranha, o esporte durante a pandemia é um refúgio que a população tem para se divertir e ter um tempo de lazer, e não apenas acompanhar as notícias de falecimentos e novos contágios. “O futebol, além de ser a profissão de muitos que necessitam de dinheiro para sobreviver, é essencial para que as competições funcionam como entretenimento, de modo a fazer com que as pessoas não fiquem vendo notícias apenas de morte, contaminação e variantes do vírus”, disse o ex-jogador.

Ele também aproveitou para falar sobre a falta de responsabilidade dos brasileiros em relação à obediência das medidas de restrição impostas pelas autoridades, criticando, inclusive, a maneira como os governantes lidaram com a crise no país desde o seu início, ainda nos primeiros meses de 2020. “Quero lembrar que o Brasil tem um tamanho  continental, com diferentes estados, e alguns são mais atingidos, e outros, menos. Então, o fato é que a população tem sido irresponsável e a politicagem brasileira imperou, não deixando a compra das vacinas serem mais velozes. Onde estão os hospitais de campanha? Agora eles são mais necessários do que nunca, mas foram deixados de lado. Fica cada vez mais provado que o nosso país não tem educação, pois se tivesse, estaríamos agindo de uma forma mais humana e correta”, afirmou Dé.

O comentarista Rubem Leão seguiu a mesma linha de pensamento do companheiro de programa e pensa que o problema da pandemia não será resolvido com a paralisação dos esportes. Disse ainda que as medidas protocolares elaboradas para que as partidas de futebol aconteçam deveriam ser seguidas por outros setores sociais, com o do Educação. “Sobre o ambiente esportivo, ninguém transmite o vírus jogando bola, porque, para estar em campo, todos foram testados e tiveram o resultado negativo, estando aptos a atuar. Agora, já se ouviu e se fez um protocolo de segurança amplo, assim como para o esporte, destinado à volta às aulas das escolas?”, questionou.

Além da questão esportiva, Leão opinou sobre o contexto em que o Brasil está inserido na pandemia. E abordou a temática da ausência de cobertura científica em todo o país como um fator responsável pelo fato de os contaminados pela doença não terem tantos locais para serem atendidos.  “A situação é bem complexa. Tinha caído a taxa de contágio, mas agora voltou a aumentar e nós, brasileiros, ficamos sem saber como controlar isso. Somos territorialmente muito grande e não se pode ter um diagnóstico preciso de como está cada parte. Aqui, temos um problema sério quanto a cuidar da doença. Aliás, a mão de obra que lida com os doentes nos hospitais não é especializada nisso, justamente porque não são todos os locais brasileiros que possuem uma cobertura científica de boa qualidade”, explicou.

Do mesmo modo que Dé Aranha e Leão, Gilson Ricardo também acredita que o futebol seja um ambiente seguro e que não haja problemas de contaminação, mas vê na saída dos jogadores para festas e aglomerações um fator para se preocupar. “Os jogadores são constantemente testados, mas é possível ver, com certa frequência, atletas com covid-19. Isso porque a doença está em todo o lugar e vários profissionais são vistos em eventos e baladas. Há uma grande mudança no mundo, e o coronavírus mata sem pena. As famílias agora estão se unindo mais, porque dão prioridade para aqueles que amam. O que falta para o mundo é acreditar mais em Deus, porque somente ele pode nos salvar. E, infelizmente, muitas pessoas abandonaram a espiritualidade, se achando mais importante do que outras”, comentou.

Apolinho concordou com Gilson e confirmou o perigo de os atletas participarem de grandes aglomerações. “O futebol, quando a bola rola dentro de campo, é o lugar mais seguro do planeta, porque todo mundo está testado e avalizado para estar lá. Mas o problema vem quando os jogadores saem para se ‘divertir’ , porque há uma chance gigantesca de eles retornarem ao clube contaminados no dia seguinte.

Por outro lado, diferente dos companheiros, Gerson Canhotinha de Ouro concorda, de certa forma, com a paralisação dos campeonatos regionais, mas prefere dar um enfoque maior no problema da pandemia por uma ótica mais ampla e geral: a dos empregos. “Eu concordo em interromper o futebol, mas as fábricas e empregos continuam abertos e as pessoas precisam sair pra trabalhar. Para parar tudo, precisa acabar com o emprego presencial. E aí vem o problema: onde o povo vai arrumar dinheiro para se sustentar? Mas, sim, penso que os setores deveriam parar por um tempo para frear o contágio. Até porque não adianta estar tudo funcionando, se as pessoas morrerem. É preciso haver um equilíbrio, já que o Brasil é um dos piores países do mundo no combate à pandemia. O fato é que os governantes não sabem a dimensão do que está acontecendo”, desabafou o tricampeão mundial.