Esportes
Mário Bittencourt se pronuncia sobre ida de Diniz para Seleção e garante treinador ‘full time’ no Fluminense
Presidente concedeu entrevista coletiva nesta quarta-feira (05) no CT Carlos Castilho
O presidente do Fluminense, Mário Bittencourt, concedeu entrevista coletiva nesta quarta-feira (05), no CT Carlos Castilho, para falar sobre a contratação de Fernando Diniz como treinador interino da Seleção Brasileira. O dirigente disse que a negociação com o Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, começou na terça-feira da semana passada. Na coletiva, Bittencourt reforçou a vontade de manter Diniz no comando do Tricolor.
“Na semana passada, logo após a classificação do Fluminense na Libertadores (contra o Sporting Cristal), recebi uma mensagem do presidente da CBF, Ednaldo, me parabenizando pela classificação e me afirmando que gostaria de me encontrar na quarta-feira, porém, eu já tinha uma viagem programa em São Paulo. Informei a ele que não poderia encontrá-lo e combinamos uma chamada e uma vídeo conferência. Foi quando ele me perguntou sobre a possibilidade de liberar o treinador Fernando Diniz para seleção brasileira”, iniciou.
“Gostaria de elogiar o presidente pela ética, conheço ele há pouco tempo, ele sequer procurou o treinador e fez contato diretamente com o Fluminense. Eu achei isso uma atitude muito digna e correta, porque ele sabia que qualquer intenção de tirar o Fernando daqui, traria um encerramento de um ciclo que não temos interesse de encerrar. Disse a ele que nossa posição era a mesma das outras entrevistas, de que não liberaria para a Seleção. Eu dizia que se fosse desejo do Fernando Diniz e se a CBF pagasse a multa ao Fluminense, a gente não teria o que fazer. Mas nosso desejo não é se desfazer do trabalho que é feito aqui e existe uma multa contratual; Ele disse que não tinha nenhum interesse em romper trabalho nos clubes, mas gostaria de ter o Diniz somente nas Datas Fifa e que ele seguisse trabalhando no Fluminense como prioridade”, continuou Bittencourt.
“Imediatamente, eu fiz uma reunião com o Fred, o Angioni, o próprio Fernando Diniz, e pedi ao presidente da CBF que aguardasse até o começo desta semana. Fizemos várias reuniões até o dia de ontem e percebemos o desejo do Fernando Diniz de participar dessa convocação. Ele irá permanecer full time no Fluminense, irá fazer sua primeira convocação em agosto, mas o trabalho irá continuar. O Ednaldo nos deu toda a tranquilidade de construir um projeto que o Fluminense seja mantido como prioridade na vida do Fernando e nesses momentos de Datas Fifa, o clube não será prejudicado de forma nenhuma”, seguiu.
“Iniciamos o ano muito bem, infelizmente não estamos vivendo um momento bom tecnicamente, porém, todo o nosso planejamento esse ano nos leva a termos confiança em títulos. O elenco e o trabalho do Fernando Diniz estão sendo mantidos para isso. Não é garantia, mas acreditamos no trabalho que está sendo feito”, finalizou o presidente do Fluminense.
Além de explicar como aconteceu o contato entre CBF e Fluminense, Mário Bittencourt respondeu perguntas de jornalistas. Ele falou sobre um possível conflito de interesses entre o clube carioca, o treinador e a Seleção Brasileira.
“Quem está aqui dentro, assim como nós no futebol, não conhece tudo o que acontece dentro de uma redação. Na cabeça das pessoas é que vai haver um espaço sem jogos, e aí vamos intensificar os treinamentos. Nem sim, nem não. Depende da fisiologia e da preparação física. No Brasil só se fala de resultado, não de trabalho. Quando as datas estão espremidas, jogadores sofrem lesões porque faltam folgas.
Diferente do que as pessoas pensam, nos períodos com mais lastros, procuramos dar o descanso de recuperação. Não significa que aconteceu ou vai acontecer. Usamos esses espaços para trabalhar o que não consegue. Talvez se aproveite esses 15 dias para dar quatro dias de folga. O descanso também faz parte da preparação.
Eu não vejo conflito, da mesma maneira como não vejo quando nosso preparador é convocado. Temos Marcos Seixas, Valter Veloso, Gabriel Oliveira, Marcão, Igor, Gabriel Viana que já foram convocados. Essa comissão inteira não está indo, apenas dois auxiliares para ajudar o Fernando. Um desses auxiliares vai ficar, que é o Eduardo Barros. Fernando vai assessor esses auxiliares que ficarem. Acreditamos na ética e dignidade do Fernando. Se formos pensar desse jeito, todo treinador tem um empresário, e aí se convoca mais jogadores desse mesmo empresário, as pessoas vão falar.
É uma pergunta pertinente, mas é muito difícil formar é uma entidade privada, que dirige a Seleção Brasileira. Qualquer coisa que aconteça, quando querem criticar, só para bater e derrotar o projeto, vão criar uma série de conflitos de interesse.
Ele não vai se dedicar 24 horas. No fim de agosto ele vai fazer uma convocação, e se apresenta no dia seguinte. Não vai deixar de comandar o Fluminense nos jogos. Nas datas Fifa, o auxiliar dele vai dar os treinos nesse período. Lógico que avaliamos a Libertadores e levamos condições à CBF. Todos do Fluminense opinaram. Se isso não prejudica o Fluminense, aceitamos. Acho que não há nenhum conflito”, declarou Mário.