Esportes
Vítor Pereira abre mão de vagas cativas e ensaia nova fase no Flamengo
Vitória sobre o Fluminense indicou mudança de filosofia para as escalações da equipe
Num passado recente, seria difícil imaginar o Flamengo atuando sem os principais jogadores da linha ofensiva entre 2019 e 2021. Mas na vitória por 2 a 0 sobre o Fluminense, no último sábado, Vítor Pereira deu indícios que algumas vagas não terão mais donos cativos. Everton Ribeiro e Gabigol, por exemplo, iniciaram entre os reservas na partida de ida da final do Campeonato Carioca.
Foram duas finais de Libertadores (2019 e 2021) tendo Everton Ribeiro, Arrascaeta, Bruno Henrique e Gabigol como soberanos. O penúltimo, lesionado, deu lugar a Pedro na decisão de 2022. O atual camisa 9, por sinal, foi o único que começou jogando no Fla-Flu do final de semana. Na partida, mais uma vez, não houve um quarteto ofensivo.
Na teoria, Everton Ribeiro perdeu a posição para Matheus França. O camisa 7 foi o primeiro dos medalhões do ataque a ficar no banco depois da chegada de Vítor Pereira. O cenário já tinha sido ensaiado na vitória por 3 a 1 sobre o Volta Redonda, no dia 15 de fevereiro, quando a opção tática foi por três volantes.
Depois de Éverton Ribeiro, Gabigol fica como opção
Contra o Fluminense, foi a vez de Gabigol experimentar a reserva e ver Cebolinha na formação inicial. O herói dos últimos dois títulos da Libertadores esclareceu o cenário logo depois da partida. O camisa 10 foi acionado na parada técnica do segundo tempo.
“Nesse esquema, jogamos só com um atacante na frente. No outro, do Dorival, que já era um pouco diferente pra mim. Era com dois e eu recuava um pouco mais. Era um pouco desconfortável, mas pra mim foi super bom. Fomos campeões da Copa do Brasil e da Libertadores, e fui muito importante com a equipe e com o Pedro. Conversei com ele e optei por isso. Foi opção dele. Claro que a semana passada pesou um pouco, por causa da minha lesão no adutor, que já vem carregando um pouco”, comentou Gabigol após a reserva no Fla-Flu.
Do quarteto do segundo semestre de 2022, somente Pedro e Arrascaeta aparentam titularidade absoluta no setor ofensivo rubro-negro. O uruguaio, no entanto, está acompanhado de uma pubalgia, além de uma lesão na coxa esquerda, e fica fora de combate por pelo menos quatro semanas.
Cebolinha e Matheus França, que corriam por fora, ganham força
Com Gabigol deixando claro que quer atuar dentro da área, Cebolinha foi promovido ao time titular no Fla-Flu e deu mais uma opção. Em campo, ofereceu risco fazendo dupla com Ayrton Lucas pela esquerda e foi participativo na jogada do primeiro gol, ainda no começo do segundo tempo. A tendência é que a contratação mais cara de 2022 tenha ainda mais oportunidades nessa disposição.
A ausência de Arrascaeta somada ao fato de Éverton Ribeiro não aparecer entre os favoritos de Vítor Pereira geraram como resultado mais chances para Matheus França. O meia formado na base do clube tem poucos jogos como titular com a equipe tendo a chamada força máxima.
Vítor Pereira tem mais uma sessão de treinos, em solo equatoriano, antes da estreia na Libertadores. As preferências para o jogo com o Aucas, na noite de quarta, ainda serão apresentadas pelo treinador. Mas os fatos recentes indicam que alguns paradigmas na escalação do Flamengo, desde 2019, estão sendo quebrados aos poucos.