Esportes
Crises do Flamengo deixam departamento de futebol ainda mais exposto
Problemas variam desde a dificuldade de manter boa relação com o grupo até a ausência de reposições para a vaga de Arrascaeta
A crise do Flamengo começou em janeiro, mas não aparenta ter data para terminar. Passando por Vítor Pereira e Jorge Sampaoli, os resultados necessários não foram alcançados e as atuações não foram consideradas convincentes até o momento. Tais fatos evidenciam a escolha da cúpula do futebol em não renovar o contrato de Dorival Junior, encerrado em 31 de dezembro.
Desde o começo do ano, seis títulos possíveis foram desperdiçados. Na conta do técnico português, eliminação nas semifinais do Mundial de Clubes da Fifa, os vices na Supercopa do Brasil e Recopa Sul-Americana, além das perdas da Taça Guanabara e do Campeonato Carioca. Já o argentino carrega o fardo de ter sido eliminado de forma precoce e traumática da Libertadores.
Fatos recentes dificultam relação entre dirigentes e elenco
Houve uma insatisfação por parte do elenco na condução do caso envolvendo a agressão sofrida por Pedro ao fim de julho. Na ocasião, o então preparador físico Pablo Fernandez acertou um soco no rosto do atacante. A demissão não foi imediata, o que causou um mal estar no clima entre dirigentes e atletas.
Antes, Gabigol e Marcos Braz já tinham protagonizado uma discussão no vestiário no dia 2 de julho, intervalo do jogo com o Fortaleza. Na ocasião, num primeiro momento, o camisa 10 reclamou do estado do gramado do Maracanã, que teria proporcionado uma entorse no tornozelo direito. O entrevero se estendeu quando o atacante alegou que não ficaria no estádio até o fim do jogo, contrariando o dirigente, que argumentou a necessidade da presença no sorteio do antidoping.
O atrito entre ambos ganhou mais um episódio nesta segunda-feira. A conta do atacante em uma rede social curtiu a publicação de um torcedor, que alegava que as manifestações recentes, direcionadas aos atletas, deveriam se prolongar aos dirigentes. Os nomes de Marcos Braz, Bruno Spindel (diretor de futebol) e Rodolfo Landim (presidente) foram mencionados.
Entrevistas recentes à imprensa convencional são vetadas
As entrevistas dos últimos dias foram vetadas. Depois do empate em 0 a 0 com o Internacional, no último sábado, no Maracanã, a “zona mista” foi vetada. O momento proporciona entrevistas aos repórteres presentes no estádio. Nesta segunda, o mesmo aconteceu na sede da CBF, quando Filipe Luís chegou a argumentar que gostaria de falar, mas que estaria sendo orientado pela assessoria a deixar o local.
No período, os únicos atendimentos à imprensa foram feitos aos veículos oficiais. As declarações recentes foram dadas no palco da cerimônia do sorteio da CBF, somente aos cerimonialistas, e também aos canais oficiais do clube, nas redes sociais.
Negativas da janela também pesam contra os dirigentes
Dois dos principais alvos do rubro-negro na janela de transferências internacionais não viraram realidade. Claudinho e De La Cruz eram vistos como postulantes para concorrer e substituir Arrascaeta conforme as necessidades. O camisa 14 está lesionado e tem chances remotas de atuar nas finais da Copa do Brasil. Como Matheus França foi vendido ao Crystal Palace e Matheus Gonçalves emprestado ao Bragantino, as possibilidades de reposição ficaram menores num momento crucial do calendário.
Pela frente, compromissos cruciais para tentar minimizar todas as crises de 2023. No próximo sábado, no estádio Nilton Santos, o Fla visita o Botafogo com ambos separados por 15 pontos na tabela de classificação do Campeonato Brasileiro. O resultado pode determinar o fim da passagem de Jorge Sampaoli. Em setembro, nos dias 17 e 24, vão acontecer os jogos contra o São Paulo, pelas finais da Copa do Brasil.