Copa América
Dorival Júnior refuta críticas e esclarece postura antes dos pênaltis contra o Uruguai
Em entrevista ao ge, afirma que momento de concentração é inerente aos atletas
Após a eliminação da Seleção Brasileira ainda nas quartas de final da Copa América, o técnico Dorival Júnior não escondeu a insatisfação com a interpretação realizada sobre seu comportamento momento antes das cobranças de pênaltis, quando o Uruguai levou a melhor sobre o Brasil.
Em entrevista concedida ao ge, o comandante descartou a ideia que teria sido “barrado” pelos atletas durante a concentração antes do início das cobranças, descartando uma possível “falta de comando”, lembrando que o tipo de atitude é recorrente em sua carreira.
“Achei um absurdo tudo o que fizeram. Em momento algum me questionaram a respeito de maneira mais direta… Nem sabia daquele assunto. Por uma foto, interpretaram de tal forma que parecia um absurdo de outro mundo. Então, eu preciso ter uma prancheta na mão com os nomes para passar um sentido de organização em cima de um grupo? Me desculpem, mas foi um absurdo o que fizeram, todas as polêmicas em cima de uma simples foto” – disse Dorival.
“Interpretarem foto sem que se questione o profissional a respeito. Me desculpe, foi uma leviandade completa. Aqueles que emitiram opinião deveriam pensar muito para falar de um profissional. Se não existe um respeito neste sentido, que me vejam como pai de família, profissional acima de tudo, que respeita tudo e todos, e aqueles que se dizem não me respeitaram. Lamento a situação, fico chateado, mas é uma situação passageira em cima de um profissional que já viveu muitos casos” – continuou.
Ainda de acordo com Dorival Júnior, o momento de concentração é dos atletas, unidos. Além disso, existe a confiança no trabalho que fora realizado de maneira prévia.
“Em todas as cobranças que eu participei, eu nunca entro naquela roda. Tudo o que fizemos foi preparatório e anterior a partida. Naquele momento, não preciso falar nada. A não ser que eu perceba uma diferença, uma dificuldade, um problema, uma mudança brusca. Mas não era o caso, estava tudo sinalizado. No minuto final da partida, já definimos quais seriam os batedores. Geralmente, eu fico bem afastado. Se pegar imagem de outros jogos, podem acompanhar que não entro ali. O momento é do jogador. Dele para com ele. Eu não gosto de participar e evito, por ser o momento de tranquilidade e de lembrar tudo aquilo que você fez” – finalizou a primeira resposta sobre o tema.
Tal tipo de comportamento, inclusive, é algo antigo na carreira do treinador, como ele próprio relembrou os tempos como atleta profissional.
“De um modo geral, estavam todos treinados. Tenho uma coisa comigo que trago desde os tempos de jogador. Teve um campeonato em que todas as partidas que terminavam empatadas iam para os pênaltis, em 88. E eu gostava de me fechar do meu jeito. Até porque, eu me preparava para as batidas anteriormente, como foi agora. Os treinamentos não são apenas um dia antes da partida. Treinávamos com frequência. Eu ficava mais com os cobradores de falta e os pênaltis ficavam mais com o Lucas (Silvestre), com o Pedro (Sotero)…” – explicou.
A comissão técnica da Seleção Brasileira segue nos Estados Unidos. A delegação retornará ao Brasil nesta terça-feira (09), em voo fretado. Já os atletas foram liberados na noite do último sábado.
Aqueles que atuam no Brasil se reapresentaram aos seus clubes. Já os jogadores que atuam em outras praças curtirão o restante das férias.
A Seleção Brasileira só retornará aos gramados em setembro, durante mais uma rodada das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026. Os adversários serão Equador e Paraguai.