Botafogo
Dirigente explica redução do preço de ingressos para a partida contra o Atlético-MG
Vice-presidente executivo, Luis Fernando Santos falou também da captação de recursos para o Nilton Santos e dificuldade financeira do clubeA diretoria anunciou nesta quarta-feira (04), a redução do preço dos ingressos para a partida do próximo domingo contra o Atlético-MG, às 16h, no estádio Nilton Santos, pela 18ª rodada do Campeonato Brasileiro. Todos os setores vão custar R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia). O vice-presidente executivo Luis Fernando Santos explicou a decisão tomada.
– A decisão da mudança do preço dos ingressos veio após uma reflexão onde nós percebemos que a torcida não estava aceitando os valores considerando caros pela situação atual que se encontra o clube, na parte econômica e tudo mais. A nossa política até então é de que os jogos no estádio Nilton Santos não gerem prejuízos. Que a receita de bilheteria seja suficiente para pagar os custos do jogo, que incluiu impostos e taxas da Federação. Procuramos manter inicialmente o valor do setor norte mais barato, popular, cuja diferença permitisse o equilíbrio financeiro dos setores leste e oeste. O time também precisa da torcida no estádio. Não é apenas o equilíbrio econômico que se busca, mas o ideal é que tenhamos o equilíbrio com a torcida presente. Fizemos uma análise e concluímos que se nós cobrarmos R$ 30 reais nesse jogo em todos os setores e tivermos alguma coisa em torno de 18 mil pagantes, não importa se meia, inteira ou sócio-torcedor, podemos chegar ao equilíbrio financeiro ou muito perto disso. Esse foi o raciocínio que nos levou a tomar essa decisão. Existe risco do público não vir e haverá um prejuízo, mas nós contamos com a presença do nosso torcedor – Disse o dirigente, afirmando que a política pode ser adotada mais vezes.
– Essa é a intenção. Se nós tivermos a resposta da torcida no momento em que certamente o clube, o time precisa desse apoio essa política de preço será mantida.
Tentativa de recursos para o estádio Nilton Santos
Existem muitos questionamentos sobre uma maior captação de recursos em áreas inexploradas no interior do Nilton Santos, como a criação de uma grande academia, churrascaria, dentre outras possibilidades de investimentos. Luis Fernando explicou que tais medidas não podem ser feitas, mas o clube está tentando modificar o esquema de concessão.
– Nós temos inicialmente uma limitação legal. O estádio só pode ter atividades que sejam relacionadas à utilização do jogo de futebol, como os bares que estão lá dentro, a loja oficial… Para termos uma churrascaria, estou imaginando uma churrascaria que ficasse aberta todos os dias da semana e não ficar restrita aos dias de jogos, uma academia também aberta todos os dias, nesse caso teria que haver uma modificação na concessão que nos foi dada. Já estamos a algum tempo tentando modificar esse tipo de concessão. Essas lojas deveriam ser colocadas nos espaços existentes que são todos internos no nível zero, onde não tem muito atrativo comercial para eles. O primeiro passo é mudar a lei da concessão para que ela nos permita realizar outras atividades fora das relacionadas ao jogo. Existe todo um projeto político-administrativo para ser vencido. Logicamente a gente pensa em várias atividades que possamos fazer não de maneira esporádica como os shows, mas que possam ser atividades corriqueiras. – Revelou.
Problemas financeiros
O Botafogo pode nesta semana completar dois meses de salários atrasados. A situação de vários funcionários é preocupante. O dirigente falou da dificuldade diária de buscar novos recursos.
– É uma luta diária e incessante. Nós temos tentado várias alternativas. Não é surpresa a situação que nós passamos porque ela está perfeitamente refletiva no orçamento de 2018 e 2019. Nós sabíamos que as receitas normais do Botafogo que podem ser obtidas das suas fontes como patrocínios, Master, elas não seriam suficientes igual ao preço do mercado de 2015 para suprirem as necessidades do Botafogo. Eu me refiro a 2015 porque foi uma época em que o mercado era mais propício a esse tipo de investimento. Hoje, o mercado de patrocínio no futebol caiu muito os valores. A maior parte das equipes não possui um patrocínio Master no padrão que nós tínhamos antigamente. Muitos estão com o patrocínio Master de bancos eletrônicos que pagam em função do número de sócios que aderem o banco. A única forma que imaginávamos e continuamos imaginando que pudesse equilibrar tanto 2018 e 2019 seria a venda de direitos econômicos de jogadores. Nós conseguimos vender alguma coisa, mas não em volume e quantidade suficientes. As nossas dificuldades aumentam com o passar do tempo. Hoje vivemos uma expectativa muito importante de passarmos para o clube empresa. O trabalho segue célere e com muito foco. É muito pouco tempo para concluí-lo, mas está caminhando. Primeiro o projeto precisa estar pronto para depois buscar investidor, mas precisa ter alguma coisa para mostrar. Nossa dificuldade é levar o Botafogo até esse momento que é no fim do ano. É uma luta difícil, porém, em algum momento os frutos aparecem e talvez frutifiquem na hora adequada. Todas as formas estão sendo buscadas, todas as alternativas estão sendo analisadas para reduzirmos ainda mais os custos e trazer as receitas que necessitamos para fechar o ano. –