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Como era o mundo na última vez que Flamengo passou das semifinais da Libertadores
Rubro-Negro tem a chance de avançar mais uma vez em jogo marcado para a noite desta quarta-feiraO Flamengo joga pela classificação à final da Taça Libertadores da América para repetir um feito que até então é inédito. A única vez que o Mais Querido decidiu o principal título da América do Sul foi em 1981, justamente no ano da primeira participação do clube na competição. O que muitas pessoas não sabem, ou não lembram, é sobre como era o mundo há 38 anos.
Consagrações e coincidências na música
O Brasil era embalado por ‘Baila Comigo’, cantada pela mutante Rita Lee e que também dava nome à principal novela de 1981. Milton Nascimento também agitava as pistas com o sucesso ‘Nos Bailes da Vida’. Já na realeza da música nacional, Roberto Carlos emplacava a febre ‘Emoções’, que até hoje emociona os corações.
Já na Marquês de Sapucaí, ainda com instalações provisórias, algumas coincidências. Presidida por Luizinho Drummond, como em 2019, a Imperatriz Leopoldinense levou para a Avenida o enredo ‘O teu cabelo não nega’ – uma homenagem histórica a Lamartine Babo – e conquistou seu segundo título. Na Leopoldina, agora em 2020, o carnavalesco Leandro Vieira prepara a reedição do enredo para a disputa de fevereiro, com a verde-e-branco tentando voltar ao Grupo Especial.
No dia 30 de outubro, quando o Flamengo goleou o Jorge Wilstermann por 4 a 1 e conluiui a fase semifinal, a música mais tocada nas rádios foi Arthur’s Theme (Best That You Can Do) de Christopher Cross. Na Billboard, conceituada revista norte-americana sobre música, o hit Bette Davis Eyes, da também americana Kim Carnes, foi a música mais reproduzida em 1981. A parceria histórica entre Lionel Richie e Diana Ross reproduzindo Endless Love também ganhou o mundo.
Alguns nascimentos foram relevantes para o cenário pop da atualidade. Nos Estados Unidos, nasciam Beyoncé e Britney Spears. Ainda no ramo do entretenimento, também era dada luz à apresentadora e modelo Sabrina Sato.
Atentados no Riocentro e, em Roma, ao Papa
Na política, o Brasil vivia a fase final da Ditadura Militar sob o comando do Gen. João Figueiredo. O estado do Rio de Janeiro era governado por Chagas Freitas e o município tinha Júlio Coutinho como prefeito, indicado pelo governador. Um fato que teve consequências políticas naquele ano foi o atentado do Riocentro, em Jacarepaguá, com um morto e um ferido durante um ato do Dia do Trabalhador. Na ocasião, o Gen. Golbery do Couto e Silva, então Chefe da Casa Civil, renunciou após a operação para buscar os responsáveis ser considerada fracassada.
Em Roma, João Paulo II sofria um atentado terrorista sendo atingido por dois tiros pelo turco Mehmet Ali Agca. A sobrevivência foi considerada um milagre. Ainda no velho continente, a Grécia entrava na União Europeia. No Reino Unido, o considerado casamento do século, entre o príncipe Charles e a aristrocata Diana Spencer, que virou a eterna Lady Di. A transmissão foi uma das maiores audiências da TV mundial.
Nelson Piquet conquista o mundo e o cinema perde Glauber Rocha
No esporte, além da façanha do Flamengo, que seria campeão da Libertadores e também mundial, além do Carioca, outro fato que ganhou grandes proporções foi o título mundial de Nelson Piquet. O brasileiro bateu o argentino Carlos Reutemann e colocava o país novamente no topo da Fórmula 1.
A morte mais sentida foi a do ex-técnico do Flamengo, Claudio Coutinho, durante um mergulho nas Ilhas Cagarras, em Ipanema, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Outra perda marcante foi a do cineasta Glauber Rocha, considerado por muitos um dos maiores do Brasil no ramo.
Hoje, dia 23 de outubro de 2019, uma história pode ser escrita. O Flamengo, novamente, pode ter a chance de conquistar a Libertadores. Caso isso aconteça, certamente todos farão o exercício de lembrar como era o mundo nesta data. Aos mais otimistas, não custa nada anotar.