Botafogo
Comentarista analisa polêmica de arbitragem na partida entre Botafogo e São Paulo
Lances geraram polêmica no empate entre as duas equipes na última quarta-feira (16) no estádio Nilton Santos pelo Campeonato BrasileiroA arbitragem foi um fator que gerou polêmica no empate em 2 a 2 entre Botafogo e São Paulo, na última quarta-feira (16), no estádio Nilton Santos, pela quarta rodada do Campeonato Brasileiro. A partida foi comandada por Davi Lacerda, do Espírito Santos, e teve como VAR Rodrigo D’Alonso Ferreira, de Santa Catarina.
O Glorioso teve um pênalti marcado de Alan Franco em Cuiabano. Após consulta no VAR, o árbitro anulou a decisão de campo. Já o Tricolor Paulista chegou a marcar com Ferraresi, porém depois do lance ser revisto no VAR foi dada interferência de Matheus Alves, que indiretamente participou do lance. Ambos aconteceram no primeiro tempo.
Comentarista de arbitragem da TV Globo, o ex-árbitro Paulo César de Oliveira concordou com a anulação do pênalti marcado para o Alvinegro.
– Tem um contato entre o Alan Franco e o Cuiabano. O Cuiabano efetivamente dá um toque na bola, mas, na minha avaliação, o Alan Franco ocupa o espaço também na disputa. Ele pisa no chão e o pé do Cuiabano, a gente vai ver, que ele toca na bola com o pé, mas o pé de trás ele vem arrastando já na ponta do pé. Repare como o pé do Alan Franco até vira nesse contato do Cuiabano, que já vem arrastando o pé, então é o pé esquerdo na bola, os dois estão disputando. Mas o impacto para mim, e por isso que o VAR recomenda a revisão, é naquele pé do Cuiabano, como ele já vem arrastando o pé direito e ao arrastar o pé dessa maneira ele tem esse contato com o Alan Franco. Por isso a chamada no monitor do árbitro, que já tinha tomado a decisão no campo de jogo. Entendo como um lance absolutamente interpretativo, que decisão de campo poderia sim ter sido respeitada, mas quando o árbitro vai no monitor e vai buscar o detalhe, buscando a melhor decisão, depois de ter passado o que tinha visto no campo de jogo e que segundo ele havia um trança-pé ali e o VAR observa esse pé do Cuiabano arrastando ali e tendo contato com o Alan Franco, o árbitro Davi Lacerda modifica a decisão. Para mim, não tem impacto o contato nas costas, quando tem uma imagem lateral ele não abre o braço, ele não tem um empurrão nas costas, é um contato que ele está ali. Uma disputa de referência ele não chega a empurrar – disse PC, que acrescentou.
– É um lance absolutamente de interpretação, a gente vai debater aqui se há ou não há o contato. Na minha interpretação, da maneira como eu gosto do VAR, esse para mim é um lance que não tem que entrar, mas dentro dessa nova orientação de buscar o detalhe, da maneira como o Davi Lacerda descreveu e o VAR, observando esse pé do Alan Franco pisando no chão e o contato com esse pé arrastando, recomendou a revisão e o Davi Lacerda mudou a decisão – completou.
PC Oliveira discordou da anulação do gol do São Paulo.
– Repare que a bola é cabeceada, o jogador do São Paulo está em posição de impedimento, mas ele não toca na bola e o Ferraresi em posição legal vai lá e faz o gol. O jogador do São Paulo era o Matheus Alves. Em campo, o assistente marca o impedimento. Há uma divergência na cabine do VAR se essa ação do Matheus Alves tem uma interferência clara. A regra não fala mais do jogador tentar tocar a bola, é tentar tocar a bola e afetar claramente o movimento do adversário, afetar claramente, impactar claramente, impedir que o adversário possa jogar ou disputar a bola. E quando a gente analisa esse ângulo, principalmente com o ângulo de trás do gol também, para mim o movimento do Matheus Alves é saindo da bola. O Jair está numa distância relativamente ali do Matheus Alves e na minha interpretação o Matheus Alves não interfere na ação do Jair. O Jair vai para a disputa normalmente, o John também está preparado para a defesa e eu não vejo essa ação do Matheus Alves saindo da bola com impacto, afetando a possibilidade do Jair disputar a bola. Pelo contrário, o Jair continua, vai para a marcação, ele não toca na bola. Se essa bola tivesse resvalado nele, seria impedimento. O impedimento não pode ser marcado só pela posição. Inclusive a regra fala, antigamente falava em impedimento passivo, ele tentou tocar a bola, agora a regra fala que ele tem que estar envolvido no jogo ativo. A regra fala que o jogador vai ser punido se ele tentar tocar a bola e afetar claramente a ação do adversário – opinou.