Esportes
CEO do Vasco, Luiz Mello fala em mudança brusca e protagonismo em 2023
Dirigente abordou vários temas do clube em entrevista coletiva nesta terça-feira
Depois do retorno à Série A do Campeonato Brasileiro em 2023, o Vasco apresentou nesta terça-feira através do CEO Luiz Mello a nova estrutura fora das quatro linhas. A entrevista coletiva foi realizada no CT Moacyr Barbosa. O dirigente prometeu protagonismo nos próximos anos
– O Vasco continua sendo do tamanho desses clubes (Flamengo e Palmeiras) e vai buscar os títulos, mas é um processo. Não posso enganar os torcedores. Flamengo e Palmeiras demoraram um tempo para formar esses elencos. Vamos fazer os ajustes, teremos uma mudança brusca no nível dos atletas. Grande parte dos contratos termina agora, vamos ter que trazer mais jogadores, demora um pouco para ter o entrosamento. Já queremos disputar o Carioca com protagonismo, mas vai ser experiência para os outros campeonatos. E poderemos ajustar na segunda janela. Não podemos mais contratar 20 jogadores todo ano, temos que formar um time. Esse ciclo que tivemos nos últimos dois anos, de desmanche, é muito ruim. Estou feliz de estar aqui depois do que passamos no domingo. Estamos empolgados para o ano que vem. Começa com a expectativa alta, a 777 pode fazer investimentos diretos. Sabemos que esse ano foi complicado, mas o objetivo foi cumprido. O Vasco está de volta a Série A e uma nova era vai começar. Não vamos deixar pra trás o que é o Vasco da Gama. Agradeço ao torcedor por nós ter auxiliado nesse processo, sei a frustração do ano passado e a perspectiva desse ano que vem.
Luiz Mello comentou sobre os estádios de São Januário e Maracanã.
– Entendemos que temos duas casas, São Januário e Maracanã. O potencial construtivo de São Januário é um processo político, vamos fazer de tudo para que o estádio seja ampliado com dinheiro privado, a reforma que São Januário. E vamos precisar do Maracanã. A WTorre tem arenas importantes no Brasil. O Maracanã é rentável sim, podemos fazer eventos também, e isso será bom para o estado do Rio. A Legends é operadora dos maiores estádios do mundo e eles querem colocar o Maracanã no portfólio deles. Estamos trazendo profissionalismo, pessoas certas para o lugar certo. A junção Legends, WTorre e Vasco potencializa a utilização do Maracanã. Temos interesse na concessão e até mesmo numa concessão precária. Mandamos um ofício ao governador. Entendemos que podemos atuar nessa concessão precária, já queremos que a próxima renovação já leve isso em consideração. Estamos conversando para poder utilizar o Maracanã o mais breve possível. Não existe razão para que o Vasco não seja chamado para a conversa sobre Maracanã, então não pensamos em judicializar ainda. Nos colocamos à disposição, estamos falando publicamente sobre nosso interesse, íamos participar da licitação, que não aconteceu.
Veja Outros pontos da entrevista
Recursos da SAF no futebol
– Temos orçamento, vai ser aprovado no Conselho Fiscal, que vai ser formado em três semanas. O que o Josh (Wander, proprietário da 777) disse é que vai colocar à disposição mais recursos. Temos estatísticas para analisar atletas e auxiliar Paulo Bracks e equipe para buscar os melhores. Vamos ter especialistas para pegar informações do nosso torcedor e potencializar o programa de Socio-torcedor. Vamos qualificar o nosso elenco. Considerando os investimentos, desde que a 777 entrou colocamos os salários em dia. Isso é uma primeira utilização dos recursos, há mais de oito meses não há atrasos. Conseguimos trazer profissionais de outros clubes que hoje querem trabalhar no Vasco. O investimento vai ser revestido no futebol, melhorando também a infraestrutura. Começamos a fazer obras no CT. Chegamos no domingo e na segunda já tinham caminhões pra melhorar os campos. Aí que serão usados os recursos pra melhora técnica e de estrutura.
Reforços
– A 777 entende que o Vasco é o carro-chefe do grupo e tem que ter o investimento adequado. Se tivermos bons jogadores mais velhos ou mais novos, vamos ver se faz parte do nosso contexto de números, do perfil de jogo, conversar com o técnico. Não vamos trazer só jogadores de 20 anos, até porque tem a pressão também, e precisamos dar experiência para os jovens. Tivemos atletas mais experientes esse ano e temos que agradecer a eles, o Nenê representa muito para o Vasco. Tem 41 anos, mas os números dele são absurdos. O Raniel por tudo que ele sofreu, a coragem que teve contra o Sport. Eu brinco que nunca teria a coragem de cobrar aquele pênalti. Esses caras vão dar a experiência para o time desenvolver em campo e trazer de volta o protagonismo que a torcida quer. As contratações não serão escolhidas por uma pessoa só. Temos um grupo de analistas, o diretor do grupo, que é o Johannes (Spors, executivo da 777), o Sebastian Arenz (head scout do Genoa) está também com a gente aqui. Você fala com o Paulo Bracks e todas essas pessoas. São vários fatores envolvidos, como tempo de contrato… Hoje temos pessoas mais próximas para decisões mais rápidas. Ontem eu falava com o Don Dranfield (CEO esportivo da 777) de madrugada por conta do fuso, e de manhã a Gisele Cabrera (diretora jurídica) já estava fazendo o contrato. De 10 da noite até 10 da manhã já resolvemos muita coisa.
CT
– Temos dois CTs, duas concessões públicas. O CT Moacyr Barbosa é da Prefeitura, existe uma transição em sair da associação para a SAF e estamos em conversa com a Prefeitura para fazer essas obras. Os dois campos estão em obras e a ideia é que nos próximos 45 dias aconteçam as melhorias. Em Caxias (CT da base) é uma concessão federal, estamos no trâmite para transferir para a SAF e, quando tivermos segurança jurídica, vamos investir. Entendemos que investimento no futebol não é só em atletas, mas em estrutura. Por isso até ficamos quatro dias em um resort em Itu para que todos tivessem com a cabeça só no jogo. É um processo que vai demorar mais de uma temporada (reforma do CT). O projeto original de seis Campos não é rápido botar um campo de pé demoram seis meses. Temos que tirar os muros, capinar, planar e começar a estrutura de campo. Vamos aumentar o campo e melhorar. Se até dia 8 não tiver pronto temos a possibilidade de usar São Januário. O Carioca só começa dia 15 de janeiro, temos tempo até lá. É uma concessão pública, só vamos fazer o investimento se tivermos segurança jurídica, estamos conversando com o governo. Até termos essa segurança, vamos fazer mudanças para dar conforto aos atletas. Até o começo do Carioca vamos ter algumas mudanças significativas.
Jorginho
– O trabalho continua, não começa amanhã nem começou semana passada. O Paulo Bracks está aqui vendo com o pessoal de análise quais atletas podem continuar e quais vão sair. A partir do momento que definimos qual campeonato vamos disputar isso afunilou, começamos a clarear mais as coisas. O Jorginho foi um cara sensacional, de grupo, auxiliou esse grupo o objetivo, segunda vez que ele sobe o Vasco, a equipe dele é muito boa. Vamos ter muitas especulações, janela aberta, vários nomes vão surgir, alguns nomes não fazem sentido, outros já falamos sobre, mas ainda sem muita coisa. Quando chegar o Carioca já teremos uma equipe.
Patrocínios
– A gente sabe que no caso tanto da Prefeitura quanto do Governo Federal temos livre acesso para conversar e dar segurança ao investidor. Caso precisarmos sair daqui, temos alternativas. Temos hoje muitos patrocínios, isso aumentou muito do ano passado pra cá, mas nunca teve separação de Série A ou Série B. O Vasco entregou na Série B muito mais que clubes de Série A. O Vasco teve vários jogos em TV aberta, é um dos clubes com mais engajamento nas redes sociais, tem a torcida junto. A partir do momento que podemos negociar de forma melhor, com as melhores bases, e fazer a contraproposta pra valorizar nossa marca. Estamos fazendo análises. Vamos também potencializar o sócio-torcedor e valorizar nosso programa e dar mais benefícios ao torcedor. Está tudo na pauta.
Nenê
– Nenê é um ídolo, um cara importante, foi sensacional para o nosso ambiente, chamou a torcida, acalmou jogadores, foi guarda-chuva para os jovens. Um ídolo, tem que ser respeitado, com 41 anos conseguiu entregar, muito competitivo, não gosta de perder. Um cara que está sempre rindo. Respeito muito.