Artur Jorge exalta vaga inédita na final da Libertadores
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Artur Jorge admite jogo ‘estranho’, cita blindagem e exalta vaga na final

Português cita pressão uruguaia e time mesclado como pontos que atrapalharam alvinegro

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Artur Jorge
Foto: Vitor Silva/Botafogo

Nem tudo são flores. Apesar da goleada histórica no jogo de ida das semifinais da Libertadores, o Botafogo, que optou por utilizar uma equipe mista, acabou sendo derrotada no jogo de volta para o Peñarol por 3 a 1. Mesmo assim, o Glorioso conseguiu a classificação através do placar agregado, se garantindo na grande final do torneio pela primeira vez na história. Após o confronto, na entrevista coletiva, o técnico Artur Jorge admitiu que a atuação foi abaixo daquilo que o clube está acostumado a apresentar.

“Era um jogo que tínhamos que olhar para ele, gostem ou não, a vitória ficou 6 a 3. Vencemos claramente no primeiro jogo. Tivemos aqui movimentos de jogo que foram estranhos para nós. Estranho pela vantagem que tínhamos, estranho por alguns momentos onde abdicamos de jogar, estranho em que, durante o segundo tempo, estávamos a dominar por completo com um a mais e tivemos um pênalti e não deixaram a gente concluir o lance. Sei que nós vamos olhar para o resultado, mas temos que fazer uma análise cuidada sobre aquilo que é o jogo. Um jogo onde nos fizemos momentos mais defensivos inconscientemente, e só quem está lá dentro sabe. Quem só comenta e vê é impossível sentir aquilo que os jogadores sentem” – disse.

“A forma como hoje acabaram por se retrair mais daquilo que é o seu jogo jogado. Aquilo que não é a cara desse Botafogo. Defendemos mais tempo, defendemos mais vezes, defendemos mais baixo… Mas é muito difícil entrar na cabeça dos jogadores porque é uma final, é um momento histórico, é chegar num patamar muito alto, é estar no topo daquilo que são as competições sul-americanas. Dois jogos, 6 a 3, fomos melhores, estamos felizes. Perdemos aqui, mas estamos na final. Extraordinário para nós, eu digo que os jogadores foram excepcionais e colocaram o Botafogo em um patamar mais alto ainda” – acrescentou o português.

Jogadores alvinegros comemorando classificação no Centenário – Foto: Vitor Silva/Botafogo

Parte da diferença apresentada está relacionada ao fato da utilização de uma equipe mesclada, preservando, entre outros, cinco atletas que estavam pendurados com dois cartões amarelos. Além disso, a forte pressão dos torcedores do Peñarol, que chegaram a apedrejar o ônibus que levava a delegação alvinegra ao estádio Centenário, pesou, fato que obrigou o treinador a realizar uma blindagem nos atletas.

“Não é fácil fazer essa blindagem. Chegamos no estádio com vidros quebrados e jogadores atingidos por pedras no ônibus. Temos que afastar isso e olhar para aquilo que é o jogo, porque nós viemos aqui para disputar e vencer o jogo e avançar na eliminatória. Mas a verdade é que os ataques têm impacto. As pedras que entraram no ônibus mexem no subconsciente dos atletas, portanto não podemos abdicar de falar sobre isso” – comentou Artur.

“A forma como hoje acabaram por se retrair mais daquilo que é o seu jogo jogado. Aquilo que não é a cara desse Botafogo. Defendemos mais tempo, defendemos mais vezes, defendemos mais baixo… Mas é muito difícil entrar na cabeça dos jogadores porque é uma final, é um momento histórico, é chegar num patamar muito alto, é estar no topo daquilo que são as competições sul-americanas. Dois jogos, 6 a 3, fomos melhores, estamos felizes. Perdemos aqui, mas estamos na final. Extraordinário para nós, eu digo que os jogadores foram excepcionais e colocaram o Botafogo em um patamar mais alto ainda.” – finalizou o tema.

Apesar da preocupação com as situações de Gregore, Luiz Henrique, Igor Jesus, Barboza e John, pendurados, Artur Jorge não abriu de utilizar parte dos atletas na partida. John, inclusive, foi titular, contrariando aquilo que era esperado. Barboza, por sua vez, entrou no segundo tempo, após a expulsão de Mateo Ponte, e iniciou a jogada que gerou o gol alvingro.

“O que tínhamos de preocupação ia de encontro com o resultado que trazíamos, que era uma vantagem de 5 a 0, fez com que tivéssemos cuidado especial nesse aspecto. Poder preservar atletas que corriam risco de poder não estar presente na final. Jogou o John porque devemos pensar também que tínhamos que passar por essa eliminatória. O fato de não jogarem alguns jogadores, nós falamos com todos eles, não só com os que estavam amarelados. Com todo o contexto do jogo, nós tínhamos muito mais a perder do que o adversário. Era importante, acima de tudo, olhar para o jogo de forma competitiva para conseguirmos superá-los e estarmos na final com muito mérito por aquilo que fizemos”.

Artur Jorge – Foto: Vitor Silva/Botafogo

Confira outros temas da entrevista coletiva de Artur Jorge:

Sentimento com a classificação para a final

“O meu sentimento é de poder entregar à apaixonada torcida do Botafogo o momento que estamos a viver. Esta vitória é para eles, para aqueles que sempre acreditaram, aqueles que já sofreram com o Botafogo e continuam fiéis. Saber que estamos dando mais alegria aos botafoguenses. Quando saí de Portugal para abraçar este projeto foi acompanhado do Franclim, do João, do André e do Tiago. Depois de ganharmos um título em Braga, falamos que seria importante ter esse projeto pela frente, com um sentimento que tinha que valer a pena. E hoje eu digo que vale a pena por aquilo que nós apostamos nesse projeto. Por quem também apostou em nós, pelos jogadores que temos à disposição para poder sonhar em atingir esses patamares. Estou extremamente feliz e muito satisfeito.”

Campanha na Libertadores

“Sobre a nossa campanha, fizemos 11 jogos, vencemos seis, duas derrotas. Foi uma sequência positiva tendo em conta o contexto da fase de grupos que estávamos. Muitos e inclusive os nossos, estavam desacreditados e praticamente sem esperança de ver essa equipe passar da fase de grupos. Superamos a fase de grupos com muito mérito e depois tivemos oitavas e quartas com jogos dificílimos contra equipes candidatas ao título. Acabamos sendo melhores do que Palmeiras, São Paulo e agora Peñarol. Com isso vamos alimentar a nossa energia para poder perceber que somos capazes. De ter pelo menos a mesma missão do nosso adversário. Vamos com essa entrega para o jogo, estamos na final e vamos disputá-la para vencer.”

Briga pelo título no Campeonato Brasileiro

“Não vai mudar, nós vamos festejar hoje, amanhã também. Prolongar o festejo porque merecemos também. E voltaremos ao trabalho para atacarmos aquilo que é este mini ciclo que temos até a parada das seleções novamente (Data Fifa). Temos Vasco e Cuiabá em casa para podermos somar mais seis pontos e continuar o nosso trajeto. São 21 pontos em disputa no campeonato. Nós temos a missão de lutar pelo título brasileiro e iremos dar tudo aquilo que temos do nosso melhor, até nossa última gota de suor.”

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