Esportes
Arrascaeta e Gabigol são absolvidos pelo STJD e enfrentam normalmente o Athletico
Jogadores foram julgados por conta dos lances na partida de ida; delegação rubro-negra viaja nesta terça
O Flamengo não terá nenhum outro tipo de problema para o jogo desta quarta-feira (17), às 21h30, contra o Athletico (PR), no jogo de volta das quartas de final da Copa do Brasil, na Arena da Baixada, em Curitiba. Julgados na manhã desta terça pelo STJD, o atacante Gabigol e o meia Arrascaeta foram absolvidos por conta dos lances ocorridos no jogo de ida, quando as equipes empataram em 0 a 0 no Maracanã.
Dessa forma, eles poderão enfrentar normalmente o Furacão no jogo de volta. A delegação rubro-negra viaja nesta terça para a capital paranaense. Apenas o zagueiro David Luiz, expulso no primeiro jogo, e o volante Thiago Maia, suspenso pelo terceiro cartão amarelo, ficam de fora.
Como empataram na ida por 0 a 0, quem vencer avança para a semifinal. Em caso de um novo empate, a decisão será nos pênaltis.
O julgamento:
Gabriel foi denunciado no artigo 254-A do CBJD (Código Brasileiro de Justiça Desportiva). O artigo fala em ”praticar agressão física” e prevê pena de quatro a 12 jogos de suspensão. Já Arrascaeta foi denunciado no artigo 254, que é um pouco mais leve e fala em “praticar ação violenta”. A pena é de um a seis jogos.
Em sua defesa, através do advogado Michel Assef Filho, que não pode comparecer ao tribunal presencialmente, participando, portanto, por vídeo, o Flamengo questionou o porquê da procuradoria querer se manifestar através dos lances dessa partida, enquanto tantos outros erros acontecem no futebol brasileiro e não é gerado nenhum processo.
“Para mim é um caso simples. Mas infelizmente tomou uma repercussão que não deveria ter tomado. Doutor Marcos trouxe dois precedentes de absolvições. Eu poderia trazer uns 50. Se essa denúncia for julgada procedente, o risco que estamos correndo aqui é de uma prevaricação da procuradoria em quase todos os jogos. Porque entenderam que esse caso é gravíssimo e deve ser denunciado? E todos os outros, inclusive quando não tem cartão amarelo? Não pode ter denúncia, o erro faz parte do jogo. É um critério da Fifa, não é uma invenção nossa. A partir do cartão vermelho se inicia um processo disciplinar. Esse sim tem que ser denunciado obrigatoriamente” – disse.
De um modo geral, a auditoria entendeu que a atitude do tribunal não poderia ser a de “reapitar” a partida.
“Nós viramos o quê? O VAR do VAR? Por essas razões, eu recebo a denúncia, mas no mérito julgo improcedente e absolvo os atletas” – disse o relator Washington Rodrigues.
“Teríamos que ter um observados da procuradoria em todos os jogos, de todas as séries? Ficaria inviável. Entendo que nesse caso a denúncia pode ter entendido que houve uma interpretação equivocada dos lances. Cada um tem a sua análise. Mas entendo que a gravidade teria que ter sido observada pelo árbitro e pelo VAR” – acompanhou o auditor Carlos Eduardo Cardoso.
“Não podemos entrar nessa linha de “reapitar” o jogo. Você vai comemorar quando a bola entra, quando o VAR valida e quando o tribunal disser ser foi gol ou não? É um exemplo bizarro, mas é isso. Não vou me alongar, acompanho o voto do Dr. Yuri pelo não conhecimento da denúncia” – destacou Marcelo Vieira, outro auditor.
Yuri Engel, o último auditor, também citou o “problema” que seria mudar decisões de campo nos tribunais, o que abriria diversas possibilidades em outros jogos e divisões do futebol nacional.
“No próprio jogo em questão temos lances em que o Flamengo poderia ter reclamado das decisões do juiz. Acho um perigo abrir esse precedente” – destacou.
Após a partida, o Athletico fez uma notícia de infração, já que os atletas não foram expulsos pela arbitragem, além do VAR não ter comunicado uma possível necessidade da revisão do lance. Gabigol por conta de um chute no volante Fernandinho e Arrascaeta, que deu um carrinho por trás em Erick. Ambos levaram apenas o cartão amarelo.