Esportes
Arena 360 vê Maracanã como forma de revitalizar a Tijuca com restaurantes e escritórios
Grupo está interessado em assumir a administração do estádio
Uma das partes interessadas em administrar o Maracanã, a Arena 360 defende a prioridade para o futebol e atenção especial para eventos no Maracanãzinho, com foco também para revitalizar o bairro da Tijuca com restaurantes e escritórios. Além do grupo, que já comanda o Mané Garrincha, em Brasília, o consórcio formado por Flamengo e Fluminense e a dobradinha Vasco e W/Torre estão no páreo para a concessão do Maior do Mundo por 20 anos.
“Não temos nenhum interesse em mudar o DNA do Maracanã ou da cultura carioca. O Maracanã é um estádio de futebol, um templo mundial. O que enxergamos são receitas acessórias, como camarotes, publicidade e gastronomia, muito pouco exploradas”, explica Bernardo Bessa, diretor comercial e de operações da Arena 360.
Repetir o modelo de sucesso implementado no Mané Garrincha está nos planos do grupo para o Rio de Janeiro, o que seria um incremento para a população da Tijuca e do entorno:
“O que queremos, na verdade, é dar vida ao Maracanã nos dias em que não tem futebol. Por tabela, vamos acabar revitalizando a Tijuca. Assim como fizemos em Brasília, vamos criar no Maracanã restaurantes dos mais variados tipos e escritórios para grandes empresas. É algo que não atrapalha em nada o futebol e o gramado, mas reverte em ganhos para a cidade”.
Para colocar em prática seus planos, a Arena 360 prega a regra da boa vizinhança. Para isso, defende que o Maracanã seja de todos, não apenas de alguns.
“Não temos o discurso de ‘nós contra eles’. Queremos agregar em prol do futebol do Rio de Janeiro. A ideia é receber os quatro clubes”, ressalta Bernardo Bessa: “Do nosso lado, vamos dar oportunidade para que todos joguem com mais frequência no Maracanã”.
Ponto crítico há anos sob a gestão de Flamengo e Fluminense, o gramado do Maracanã é um assunto tratado com cuidado pela Arena 360. O grupo descarta gramado sintético e defende que o capo seja 100% natural – atualmente, é híbrido.
“Gastamos cerca de R$ 2 milhões por ano em Brasília com a manutenção do gramado. Projetamos mais do que isso para o Maracanã por conta da carga mais pesada de jogos. Para solucionar o problema, teremos uma fazenda em Saquarema, na Região dos Lagos, para transplantes rápidos do gramado. Dessa forma, o campo estará sempre em ótimo estado”, diz o diretor comercial e de operações da Arena 360.
Já o Maracanãzinho é visto com potencial palco para shows e outros eventos:
“O ginásio está adormecido e temos que utilizá-lo para grandes festas e shows. Não vamos deixar de lado o basquete, o vôlei… Entendemos que todos têm que jogar lá, mas a operação dentro do Maracanãzinho, sem o problema do gramado, permite realizar uma partida em um dia e um show no outro”.