Esportes
Após assumir seleção feminina, Arthur Elias expõe diferenças para Pia e garante rápida evolução ofensiva
Novo comandante promove retorno da atacante Cristiane e prevê retorno do país ao topo da modalidade
Apresentado de maneira oficial na última sexta-feira (01), o técnico Arthur Elias, escolhido para ser o substituto de Pia Sundhage no comando da Seleção Brasileira feminina, foi bastante sincero ao comentar sobre o trabalho feito pela sua antecessora. Ele expôs as diferenças entre ambos e garantiu que o Brasil terá uma evolução ao ponto de jogar de igual para igual com outros países, principalmente os europeus.
O primeiro ponto comentado pelo novo treinador foi a maneira de jogar da seleção, algo que chamou a atenção negativa durante a Copa do Mundo da categoria, realizada entre os meses de julho e junho na Austrália. De acordo com Arthur, o Brasil terá um futebol ofensivo e diferente do anterior.
“Eu e a Pia pensamos futebol de maneira muito diferente, modelo de jogo, características da equipe… Se eu estou aqui, é para mudar alguma coisa. Vocês podem esperar uma seleção jogando diferente, de forma mais ofensiva” – afirmou.
Ao assumir a seleção brasileira feminina, Pia Sundhage instaurou e participou da análise de novos processos, além de comandar uma reformulação do grupo, promovendo uma mescla maior entre as gerações. Elias, no entanto, deixou claro que inicia o trabalho com uma missão bem definida: trazer resultados.
“Tenho certeza de que poderemos em pouco tempo mudar a realidade do futebol feminino no Brasil. A minha missão é trazer resultado já a curto prazo, nos Jogos Olímpicos. A seleção brasileira precisa voltar a ser protagonista mundial, esse é o nosso objetivo” – garantiu o profissional.
Um outro ponto de divergências entre a antiga comandante e seu sucessor é a forma como enxergava a postura brasileira em relação às principais equipes europeias. Pia via o Brasil um degrau abaixo de outros países, enquanto que Arthur Elias acredita que pode mostrar mais daqui pra frente.
“Não estou interessado no que aconteceu antes, quero pensar nas metas que a gente possa alcançar. Da minha boca você não vai mais escutar que tem alguém mais preparado. Dentro de campo, a seleção brasileira compete com qualquer uma. O Brasil sempre foi forte no futebol feminino, e a gente vai tentar mostrar isso” – disse.
Além da apresentação oficial, o novo treinador realizou sua primeira convocação. Ao todo, 30 atletas foram chamadas para um período de treinos na Granja Comary, em Teresópolis, no mês de setembro. Na lista, alguns nomes reapareceram, enquanto que outras ausências foram notavas.
O retorno da atacante Cristiane foi, certamente, o ponto que mais expõe as diferenças entre Pia e Arthur. A veterana, de 38 anos, foi chamada pela última vez pela sueca em fevereiro de 2021, ficando de fora dos Jogos Olímpicos de Tóquio, em agosto daquele ano, e da Copa do Mundo da Austrália e da Nova Zelândia. A goleira Luciana, de 36 anos, que também ficou fora da Copa, foi mais uma a reaparecer.
“As portas da seleção vão estar sempre abertas, independentemente da idade” – finalizou o novo comandante.
Em contrapartida, a zagueira Lauren, que foi titular em dois jogos da Copa, e a meia Aline Gomes, suplente no Mundial, não foram convocadas.