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Zona Oeste recebe a peça ‘Baquaqua’, baseada em autobiografia de homem escravizado no Brasil

Com valores populares, o espetáculo será apresentado em Campo Grande e na Vila Kennedy, em Bangu

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Zona Oeste recebe a peça 'Baquaqua', baseada em autobiografia de homem escravizado no Brasil
Zona Oeste recebe a peça 'Baquaqua', baseada em autobiografia de homem escravizado no Brasil

A única autobiografia de um escravizado que viveu no Brasil, intitulada “An interesting narrative”, ganhou uma versão teatral que vai passar pela Zona Oeste do Rio de Janeiro neste mês de dezembro. A peça “Baquaqua” entra em cartaz no Teatro Arthur Azevedo, em Campo Grande, nesta sexta-feira (9), às 20h, e segue nos dias 10 e 11, às 19h. Já no dia 17 deste mês, o espetáculo chega ao Teatro Mário Lago, na Vila Kennedy, em Bangu, às 18h.

A classificação é 10 anos e a entrada inteira custa R$5 e a meia-entrada, R$2,50.

A autobiografia de Baquaqua foi adaptada para o teatro por Rogério Athayde e conta com direção de Aramis David Correia, além de preparação corporal da premiada atriz Tatiana Tiburcio. A montagem apresenta o ator Wesley Cardozo no papel principal e narra a história de vida do homem que foi escravizado e traficado da África para o Brasil durante o século XIX.

A chegada da peça na Zona Oeste é fruto do Edital FUNARJ de Circulação Teatral 2022, que também viabilizou as apresentações no Teatro Armando Gonzaga, em Marechal Hermes, no início de novembro deste ano. Além disso, o espetáculo “Baquaqua” fez um circuito gratuito, ainda neste ano, pelas cidades de Niterói e Queimados, e tem previsão de apresentação na cidade de Nova Iguaçu também, através da contemplação do edital RETOMADA CULTURAL 2, uma iniciativa do Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro. O objetivo é o desenvolvimento da economia criativa, estímulo à formação de plateia e democratização da cultura fluminense.

“Não é um tema fácil de se tratar. É espinhoso, é triste e é atual, pois seus reflexos ainda estão aqui hoje. Não nos livramos da escravidão; ela permanece no cotidiano de vários ‘Baquaquas’ invisibilizados da nossa sociedade. Três instâncias me motivam a ser um agente de transformação: ser ator, ser professor e ser um homem negro. E, como um agente social, tenho que levar essa história que é nossa e de nossa ancestralidade para o máximo de pessoas que conseguirmos”, resume Wesley Cardozo, também diretor de produção do projeto.

A peça traz do universo literário para os palcos os relatos de um escravo em um país estrangeiro e nos faz refletir sobre outras milhares de histórias de pessoas que foram sequestradas do continente africano. Só para o Brasil, estima-se que mais de 5 milhões de negros foram traficados e escravizados. Mas por que essa história? Por que entre tantas histórias escolheu-se contar essa?

“Era uma necessidade latente de voltar aos palcos depois de alguns anos e sobretudo com um personagem histórico, que nos convida a olhar para esse tema da memória da escravidão e como foi isso no Brasil e no mundo, só que a partir de um olhar da pessoa que foi escravizada. Então, tem realmente um olhar muito sensível desse personagem. Essa volta ao passado para entender esse presente que a gente está e saber para onde a gente segue”, discorre Aramis. A trajetória de Baquaqua ilumina parte da história do negro no Brasil, trazendo à tona temas importantes para serem entendidos, como a escravidão, a sociedade escravista, os estereótipos do escravo, dentre outros pontos. O espetáculo vai levar o público aos horrores do passado, a uma reflexão sobre o presente e pretende contribuir para um futuro melhor, ajudando a formar novas gerações mais conscientes e capazes de compreender mais a fundo a real diáspora africana nas Américas.

SERVIÇO:
09, 10 e 11 de Dezembro – Teatro Arthur Azevedo
Rua Vítor Alves, 454 – Campo Grande, Rio de Janeiro
Sexta e sábado, às 20h, e domingo, às 19hR$5 (inteira) e R$2,50 (meia-entrada)
Duração: 60 minutos
Classificação Indicativa: 10 anos

17 de Dezembro  – Teatro Mário Lago  Rua Jaime Redondo, 2 – Bangu, Rio de Janeiro 
Sábado, às 19hR$5 (inteira) e R$2,50 (meia-entrada) 
Duração: 60 minutos
Classificação Indicativa: 10 anos