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Wakanda In Madureira e Projeto Criolice participam do Festival Zona Preta, em novembro

Evento será realizado entre os dias 3 e 5 de novembro em espaços populares de Madureira

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Wakanda In Madureira e Projeto Criolice participam do Festival Zona Preta, em novembro (Foto: Divulgação)
Wakanda In Madureira e Projeto Criolice participam do Festival Zona Preta, em novembro (Foto: Divulgação)

Um encontro de musicalidade, ancestralidade e negritude, assim é o Festival Zona Preta, realizado entre os dias 3 e 5 de novembro, em espaços populares de Madureira, bairro da Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro. Entre as atrações, estão o Projeto Criolice e Wakanda In Madureira, dois eventos liderados por pessoas negras. O “Criolice In Wakanda” se apresentará no domingo (5), das 13h às 23h, no Viaduto Prefeito Negrão de Lima, o famoso Viaduto de Madureira.

O Festival Wakanda In Madureira foi criado pelo professor e produtor cultural, Jonathan Raymundo, e pela escritora, Dandara Barbosa, em 2018, e o objetivo é promover um espaço seguro e afetuoso para pessoas negras se encontrarem, fazer amigos e criar uma rede de solidariedade, enfrentando, juntos, os desafios impostos pelo racismo cotidiano.

Já o Projeto Criolice é um movimento cultural iniciado na Zona Oeste da capital fluminense em 2010, mais especificamente no bairro de Padre Miguel, depois que os fundadores, Rose Maciel e Vander Araújo, entenderam que o bairro era carente de atrações culturais. O projeto tem como objetivo principal a valorização da cultura de matriz africana, e consiste na implementação de várias atividades sócio culturais através de uma viagem ao mundo do samba, que é o grande foco desse movimento. O Criolice resgata o bom e tradicional samba, um dos maiores patrimônios culturais brasileiros.

Jonathan Raymundo lembra que o Festival Wakanda In Madureira foi criado com o objetivo de manter relações afrocentradas e trocas de afetos entre pessoas negras. “Nosso intuito é promover um espaço seguro para experiências coletivas e individuais que tenham no decolonialismo um catalisador fundamental. Somos também um grande palco para a arte negra e periférica se apresentar, além de tecer uma grande rede que une público consumidor e afroempreendedores, fazendo circular a economia popular, os símbolos de resistência e de valorização da população negra”, celebra.

O samba, um dos patrimônios culturais mais celebrados do país também tem seu espaço no “Festival Zona Preta”, com a Roda de Samba do Projeto Criolice e Vander Araújo lembra que os músicos possuem vasto conhecimento nas rodas de samba mais bem avaliadas do Rio de Janeiro. “Temos representantes das mais frequentadas e tradicionais rodas de samba do Rio de Janeiro, como o Cacique de Ramos, Samba do Trabalhador, Beco do Rato, Clube Renascença, Pedra do Sal, entre outras. Esses músicos também acompanham grandes nomes como, Zeca Pagodinho, Jorge Aragão, Seu Jorge, Maria Rita, Lecy Brandão, entre muitos outros”, explica o produtor cultural.

“O repertório desses músicos é refinado e eles resgatam clássicos de Paulinho da Viola, Cartola, Noel Rosa, Chico Buarque, Nei Lopes, Monarco, Pixinguinha, Candeia, Aniceto, Luiz Carlos da Vila, Guilherme de Brito e Nelson Cavaquinho, sem falar no pout-pourri com canções de domínio público, samba de roda, jongo, entre outros ritmos e cânticos africanos”, completa Rose Maciel, que também é uma das produtoras da Roda de Samba do Criolice.

As apresentações dos dois projetos contarão com Espaço Quilombinho, uma área de recreação e educação infantil, Feira de afroempreendedores, roda de conversa com a doutora Katiuscia Ribeiro e Vander Araújo, com mediação Jonathan Raymundo. Eles vão abordar o tema “O papel da cultura negra e da autonomia política na construção do futuro”. Além disso, o domingo também será palco da famosa roda de samba do Projeto Criolice que vai contar com a presença do cantor e compositor Renato da Rocinha. Para abrilhantar ainda mais a festa, Jet Samba Black, DJ Dina Groovy e DJ Sidaum fazem aquele som de preto nos intervalos.

Dandara Barbosa, uma das idealizadoras do Festival Wakanda In Madureira reforça a importância do Espaço Quilombinho para preservação da história, cultura e tradições afro-brasileiras. “Enfrentamos dificuldades até dentro das escolas, com a não aplicabilidade da Lei 10.639, que obriga o ensino da cultura afro-brasileira no ensino fundamental, e aqui nós levamos essa cultura às crianças, além de garantir lazer, educação e autoestima às nossas crianças pretas. Além disso, levamos bem estar às famílias que, em sua maioria, são administradas por mulheres negras”, afirma.

Serviço:
Criolice in Wakanda – Festival Zona Preta
Domingo – 5 de novembro, das 13 às 23 horas
Viaduto Prefeito Negrão de Lima – Madureira
Entrada gratuita