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Transição capilar, ‘big chop’ e tranças, são inúmeras opções para cabelos crespos e cacheados
Influencer, Ioná Galvão, conta que já passou por muito preconceito direcionados ao seu cabelo e por esse motivo optou pelo alisamento na infância
O Big Brother Brasil 23 tem trazido muitas referências de cabelos crespos e cacheados. Apesar de 54% da população brasileira ser negra e possuir diferentes texturas para além do liso, não é essa a representatividade que costumamos observar nos programas de Tv. Com o passar dos anos trazendo consciência, respeito e também devido à cobrança da internet, as grandes empresas têm voltado o olhar para esse público. Esse é o caso do reality show mais comentados do país. O programa deste ano é o que mais apontou diversidades entre os participantes até hoje e, principalmente, as mulheres estão dando um show no quesito versatilidade dos cabelos.
Basta acompanhar um dia para observar as tranças, dreads e os diferentes penteados que eles utilizam. Em dias de ao vivo, a preparação recebe uma dedicação a mais, principalmente da cantora Aline Wirley, uma das participantes. Mas, como já dissemos, nem sempre foi assim.
A influencer, Ioná Galvão, conta que já passou por muito preconceito direcionados ao seu cabelo e por esse motivo optou pelo alisamento na infância. “Fui vítima de preconceito diversas vezes, para ser sincera. Assim como muitas mulheres negras, comecei alisar meu cabelo muito cedo, antes da pré-adolescência”, conta. Aos 16 anos ela optou pela transição capilar, ou seja, pelo processo de voltar aos fios naturais.
“Foi difícil aceitar o meu próprio cabelo. Era complicado porque na época não se falava tanto sobre a beleza do cabelo afro, então foi difícil em todos os aspectos. Desde a dificuldade em encontrar produtos para o meu cabelo até ouvir comentários racistas”, explica Ioná. Nos últimos anos muitas mulheres maduras, jovens e até crianças, tem passado por esse mesmo processo. Hoje em dia há mais incentivo para que elas usem e abusem dos fios naturais.
“Acho ótimo esse movimento em busca da aceitação do nosso cabelo, acredito que a mulher negra tem que ser livre, seja para alisar ou usar tranças, sabendo que o natural também é lindo”, declara. Agora que entendeu o seu lugar no mundo e sente orgulho do seu próprio cabelo, Ioná faz uso dele da forma que acha melhor e se define como uma camaleoa. “Mudar de cabelo é comigo, eu amo! Sempre estou fazendo algo e prefiro as mudanças que não o danifique”, diz a influencer que também utiliza laces.
Entre as suas inspirações estão as atrizes Taís Araújo e Cris Viana: “Me inspiro em diversas deusas do ébano do Ile Aiyê. Sobre os cuidados, ela deixa claro que mantém uma rotina com sucos naturais que ajudam no crescimento capilar. “Eu também não dispenso um bom cronograma e a hidratação”, finaliza Ioná Galvão.