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Teatro Rogério Cardoso recebe o espetáculo ‘Só vendo como dói ser mulher do Tolstói’

Peça revela que o casamento de Sofia Tolstói com o célebre escritor russo Leon Tolstói, autor de “Guerra e paz” e “Anna Karenina”, foi um pesadelo patriarcal, machista e abusivo

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Teatro Rogério Cardoso recebe o espetáculo 'Só vendo como dói ser mulher do Tolstói' (Foto: Divulgação)
Teatro Rogério Cardoso recebe o espetáculo 'Só vendo como dói ser mulher do Tolstói' (Foto: Divulgação)

Por trás de um grande homem, existe uma mulher maior ainda! Maior e muito sofrida! Escrito por Ivan Jaf, estrelado por Rose Abdallah, com direção de Johayne Hildefonso e música original de André Abujamra, o monólogo “Só vendo como dói ser mulher do Tolstói” revela que o casamento de Sofia Tolstói com o célebre escritor russo Leon Tolstói, autor de “Guerra e paz” e “Anna Karenina”, foi um pesadelo patriarcal, machista e abusivo, como comprovam os diários escritos por ela durante os 48 anos de relacionamento.

A peça estreia temporada de seis apresentações no Teatro Rogério Cardoso, na Casa de Cultura Laura Alvim, em Ipanema, na Zona Sul da cidade, a partir da próxima quarta-feira (6).

Ofuscada pela fama do marido por dois séculos, só agora, com os movimentos de empoderamento feminino, a voz de Sofia começa a ser ouvida. Em “Só vendo como dói ser mulher do Tolstói”, uma atriz prepara-se para entrar em cena no papel de Sofia. No camarim, mistura a voz da personagem com sua voz feminista atual, indignada e revoltada com o escritor machista e abusivo. Mistura também épocas – inícios dos séculos XX e XXI – e espaços – Rússia e Brasil. Em uma linguagem do nosso tempo, Sofia enfim fala. Nos bastidores da vida de um grande homem, havia mesmo uma grande mulher, mas ela foi massacrada e oprimida.

“Conhecia Sofia Tolstói apenas por foto e sempre ao lado do marido Leon Tolstói, o grande romancista russo. Quando li o monólogo, foi um mistura de sentimentos: amor por ela e choque por conhecer o outro lado de Tolstói. Apesar de toda sua genialidade, ele era um homem comum, um russo seguidor fiel dos ensinamentos do Domostroi, que, em russo, significa ‘ordem na casa’, ‘se o marido não domar a esposa, todo lar desmorona’. Conheço várias mulheres que ainda hoje vivenciam os mesmos conflitos que Sofia. Talvez leve mais alguns séculos para que uma mudança concreta ocorra e que, finalmente, as mulheres tenham seu protagonismo reconhecido! Salve Sofia Tolstói! Salve o protagonismo feminino”, exalta a atriz Rose Abdallah.

Serviço:

Teatro Rogério Cardoso recebe o espetáculo ‘Só vendo como dói ser mulher do Tolstói’

Temporada: dias 6, 7, 13, 14, 20 e 21 de setembro (quartas e quintas-feiras)

Horário: 19h

Local: Teatro Rogério Cardoso – Casa de Cultura Laura Alvim

Endereço: Av. Vieira Souto 176 – Ipanema – Rio de Janeiro