Oscar 2024: 'Oppenheimer' leva o melhor filme
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Cinema

Oscar 2024: ‘Oppenheimer’ leva o melhor filme

Cinebiografia do cientista que é conhecido como o pai da bomba atômica confirmou seu favoritismo, vencendo sete estatuetas no total; longa teve 13 indicações

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Oppenheimer
Oppenheimer (Foto: Reprodução)

Sem muitas surpresas, a 96ª edição do Oscar, realizada na noite deste domingo (10/3), no Dolby Theatre, em Los Angeles, apenas confirmou o favoritismo de “Oppenheimer”.

O longa de Christopher Nolan dominou a cerimônia, levando sete estatuetas nas categorias ator coadjuvante (Robert Downey Jr.), montagem, fotografia, trilha sonora original, ator (Cillian Murphy), direção e a mais importante da noite: melhor filme.

Emma Stone ganhou a categoria de melhor atriz por seu papel de Bella Baxter em “Pobres criaturas”, de Yorgos Lanthimos. Foi a quarta estatueta que o longa recebeu na cerimônia, e o segundo Oscar da atriz, premiada também por “La la land” (2017).

A obra distópica de Lanthimos, indicada em 11 categorias, já tinha sido contemplada em direção de arte, cabelo e maquiagem, e figurino.

Já na categoria atriz coadjuvante, Da’Vine Joy Randolph, de “Os rejeitados”, foi quem brilhou. Primeira premiada da noite, ela se emocionou durante o discurso e agradeceu o apoio da mãe em sua carreira. “Não pensei que fosse fazer isso como carreira, comecei como cantora”, disse. “Por tanto tempo eu quis ser diferente e agora percebo que tenho que ser eu mesma”, afirmou ela, muito emocionada, entre lágrimas.

Em “Os rejeitados”, Da’Vine é a chefe do refeitório da escola onde se desenvolve toda a história. Sua personagem está atravessando o luto pela perda do filho que foi para a guerra, imaginando voltar em condição melhor para garantir seus estudos na universidade.

Diferentemente das últimas edições, a cerimônia deste ano teve um novo modo de apresentar as categorias de interpretação. Cinco vencedores anteriores nas categorias (atriz, atriz coadjuvante, ator e ator coadjuvante) foram ao palco anunciar os nomes dos concorrentes e destacar a força de cada interpretação.

Após o prêmio para atriz coadjuvnte, foram anunciados e entregue os troféus para as categorias animação em longa-metragem (“O menino e a garça”, de Hayao Miyazaki), animação em curta-metragem (“War is over”, de Dave Mullins), roteiro original (“Anatomia de uma queda”, de Justine Triet e Arthur Harari) e roteiro adaptado (“Ficção americana”, de Cord Jefferson).

Triet e o Harari foram ao palco para receber a estatueta. Eles, que são casados, lembraram que começaram a desenvolver o roteiro durante o confinamento imposto pela pandemia de COVID-19, ao mesmo tempo em que criavam duas crianças.

Harari dedicou o Oscar aos filhos do casal, e Justine mencionou toda a equipe. Vencedor da Palma de Ouro em Cannes, “Anatomia de uma queda” teve outras quatro indicações, incluindo a de melhor filme.

A cerimônia continuou com “Pobres criaturas”, de Yorgos Lanthimos, brilhando nas categorias cabelo e maquiagem, direção de arte e figurino. E para a categoria de melhor filme internacional, anunciada na sequência, o escolhido foi o britânico “Zona de interesse”, de Jonathan Glazer, sobre o Holocausto.

Em seu discurso, o diretor lembrou do conflito em Gaza e fez o discurso mais político da noite: “Estamos mostrando o pior da desumanização. Se as vítimas do 7 de outubro (referindo-se ao ataque do Hamas a Israel) ou as vítimas do ataque (de Israel) em Gaza são vítimas da desumanização, temos que nos perguntar: como resistir?”.

É a primeira vez que um filme britânico ganha na categoria de filme internacional. Isso porque, normalmente, as produções da Inglaterra não são elegíveis em razão da língua. “Zona de interesse”, por sua vez, é falado em alemão.

Vieram na sequência ator coadjuvante (Robert Downey Jr., por “Oppenheimer”), efeitos visuais (“Godzilla Minus One”, de Takashi Yamazaki), montagem (“Oppenheimer”), documentário de curta-metragem (“A última loja de reparos”, de Ben Proudfoot e Kris Bowers), documentário de longa-metragem (“20 em Mariupol”, de Mstyslav Chernov), fotografia (“Oppenheimer”) e curta-metragem (“A incrível história de Henry Sugar”, de Wes Anderson, a primeira premiação do diretor, aliás).

Primeiro Oscar da Ucrânia

“Esse é o primeiro Oscar da história da Ucrânia. E é uma honra. Mas eu provavelmente vou ser o primeiro diretor a dizer que não queria ter ganhado esse prêmio. Não queria ter feito esse filme. Eu queria que a Rússia não tivesse invadido a Ucrânia. Não posso mudar a história. Mas eu, vocês e todas as pessoas talentosas do mundo podemos garantir que a história seja registrada. O cinema cria a memória. E a memória cria a história. Muito obrigado, a vocês e à Ucrânia”, disse o diretor Mystslav Chernov.

“Zona de interesse” desbancou “Oppenheimer” na categoria melhor som. O longa de Nolan, no entanto,confirmou seu favoritismo em trilha sonora original, categoria anunciada logo depois. “Barbie” levou pra casa somente na categoria canção original, com “What Was I Made For”, de Billie Eilish. E “Assassinos da Lua das Flores”, de Martin Scorsese, que contava com 10 indicações, acabou saindo da cerimônia sem receber nenhuma estatueta.

A 96ª edição do Oscar seguiu à risca o roteiro estabelecido. O humorista Jimmy Kimmel, que novamente apresentou o evento, manteve certo nível com suas piadas, sem ofender ninguém. Ao menos, nenhum dos presentes, afinal, já no encerramento do evento ele leu um comentário do ex-presidente Donald J. Trump feito em rede social criticando sua atuação e concluiu: “Não já passou da hora de você ir para a prisão?”.