Netflix estreia clássico do cinema italiano imperdível

O Leopardo (1963), dirigido por Luchino Visconti e baseado no romance de Giuseppe Tomasi di Lampedusa, é um marco do cinema italiano que chega à Netflix no dia 5 de março. Estrelado por Burt Lancaster, Alain Delon e Claudia Cardinale, o filme retrata o declínio da aristocracia siciliana durante a unificação italiana no século XIX. Aclamado pela crítica e vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes, o longa é uma meditação visual sobre mudanças sociais, políticas e culturais.

A trama centra-se no príncipe Fabrizio Salina (Burt Lancaster), que observa a lenta decadência de sua classe enquanto o país avança para a modernidade. Ele permite que seu sobrinho, Tancredi Falconeri (Alain Delon), se case com Angelica Sedara (Claudia Cardinale), simbolizando a fusão entre a nobreza em declínio e a burguesia emergente. “Se quisermos que tudo permaneça como está, é necessário que tudo mude”, reflete Tancredi, capturando o espírito de adaptação necessário para sobreviver às mudanças.

A direção de Visconti, ele próprio de origem aristocrática, imprime um realismo opulento ao filme. Com locações na Sicília e figurinos elaborados, ele cria um contraste entre o esplendor do passado e a incerteza do futuro. A sequência do baile, uma das mais icônicas do cinema, simboliza o fim de uma era com um esplendor visual que evoca pinturas renascentistas, enquanto os personagens se movem como peças de uma coreografia bem orquestrada.

A cinematografia de Giuseppe Rotunno e a trilha sonora de Nino Rota elevam ainda mais o filme. A produção meticulosa e as performances de Lancaster, Delon e Cardinale fazem de O Leopardo um estudo profundo sobre o tempo, mudança e mortalidade. Para os amantes do cinema clássico, este é um filme indispensável, oferecendo uma narrativa rica em detalhes e uma reflexão atemporal sobre a inevitabilidade da mudança.