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Natal: Netflix lança filme com sátira do nascimento de Jesus e música sobre aborto
Aquele Natal se estabelece como um filme ousado que divide opiniões sobre o limite entre liberdade de expressão e respeito às tradições religiosasA Netflix acaba de lançar uma animação de Natal que está gerando controvérsias devido às suas sátiras e abordagens irreverentes sobre o nascimento de Jesus. Intitulado Aquele Natal, o filme começa com uma peça escolar chamada As Três Rainhas Magas, encenada por alunos que estão cansados da “mesma história chata de Natal” todos os anos.
A protagonista, Bernadette, uma adolescente irreverente, faz um discurso no início da apresentação que já antecipa o tom provocativo do filme. “Jesus era descolado. Barba, cabelão, era marceneiro, bem hipsterzinho, né? Com certeza ele não ia querer a mesma história chata de Natal todos os anos”, diz Bernadette, sugerindo que, em vez da tradição, Jesus preferiria um Natal mais moderno, com uma pegada vegetariana, multicultural e repleto de música pop, além de piadas sobre o aquecimento global.
No entanto, a encenação logo toma um rumo inesperado. Durante a peça, a atriz que interpreta José se atrapalha e, acidentalmente, derruba uma melancia — que representa o bebê Jesus — no chão.
Música de Madonna sobre aborto
O momento fica ainda mais polêmico quando Maria, a personagem, começa a cantar a música Papa Don’t Preach, de Madonna, que fala sobre o dilema de uma jovem decidindo se aborta ou mantém a gravidez. Ao cantar “ela vai ficar com o bebê”, Maria segura a melancia, mas o menino que interpreta a estrela que guia as “rainhas magas” acaba colidindo com a fruta, fazendo-a cair e quebrar na plateia, criando um momento de caos.
Após a apresentação, os pais de algumas das crianças comentam que a peça foi “moderna demais” e questionam se “Jesus e piada combinam”. O filme, no entanto, segue com sua trama principal, que se baseia na trilogia de livros infantis de Richard Curtis. A história central acontece em Wellington-on-Sea, onde a pior nevasca da história obriga os pais das crianças a ficarem presos, impedindo que voltem para casa. Lideradas por Bernadette, as crianças decidem criar uma ceia de Natal completamente diferente das “velhas tradições”, mantendo o tom irreverente do início do filme.
Com essa mistura de sátira, humor e críticas a tradições, Aquele Natal se estabelece como um filme ousado que, ao mesmo tempo em que encanta pela sua proposta criativa, divide opiniões sobre o limite entre liberdade de expressão e respeito às tradições religiosas.