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Micróglia: Aliadas contra infecções, mas vilãs em doenças crônicas

O papel das Microglia: Guardiãs do cérebro ou agentes do caos?

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Micróglia: Aliadas contra infecções, mas vilãs em doenças crônicas
Créditos: depositphotos.com / KostyaKlimenko

As micróglia, as células imunes residentes do cérebro, desempenham um papel crucial na manutenção da saúde cerebral. Sua principal função é patrulhar os vasos sanguíneos cerebrais em busca de patógenos invasores para serem eliminados. No entanto, seu papel tem se revelado muito mais complexo do que se imaginava. Pesquisas recentes sugerem que essas células podem estar envolvidas em condições como a doença de Alzheimer, depressão, ansiedade e síndrome da fadiga crônica.

A Anatomia das Micróglia e sua Função

O cérebro é composto por dois tipos principais de células: neurônios, que transmitem informações por impulsos elétricos, e glia, que dão suporte estrutural e funcional aos neurônios. As micróglia são as menores células da família glial, representando cerca de 10% de todas as células cerebrais. Sua estrutura é caracterizada por um corpo oval do qual emergem prolongamentos finos.

Segundo Paolo d’Errico, neurocientista da Universidade de Freiburg, na Alemanha, “elas possuem muitos ramos que estão continuamente em movimento, sondando o ambiente ao seu redor.” Em condições normais, essas células são essenciais para o funcionamento saudável do cérebro, controlando o desenvolvimento cerebral, remodelando conexões sinápticas e protegendo o cérebro de infecções.

Quando as Micróglia Ficam Descontroladas

Apesar de seu papel benéfico, as micróglia podem se transformar de protetoras atentas a agentes patológicos agressivos. Conforme relatado pela neurocientista Linda Watkins, da Universidade do Colorado Boulder, “elas podem se tornar mais como balões grandes, retraindo seus apêndices e começando a se mover, eliminando danos como pequenos Pac-Mans”.

Com a ativação, as micróglia liberam citosinas inflamatórias, substâncias que chamam outras células imunes para a ação, ajudando o corpo a combater invasores. No entanto, quando a ativação persiste após a eliminação do invasor, essas células podem ser cúmplices em uma variedade de doenças modernas, incluindo o vício e a dor crônica.

Microglia e a Doença de Alzheimer

Créditos: depositphotos.com / AndrewLozovyi

Na doença de Alzheimer, a ativação contínua das micróglia pode contribuir para a progressão da enfermidade. Com a idade, essas células se tornam mais prontas a responder aos estímulos, potencialmente levando à liberação constante de sinais inflamatórios. Durante o envelhecimento, a constante tentação dos depósitos proteicos amiloides, característicos da Alzheimer, pode manter as micróglia em um estado ativado, causando danos neuronais progressivos.

Em um estudo de 2021, d’Errico descobriu que as micróglia podem transportar placas amiloides pelo cérebro, espalhando os danos. Isso sugere que, em vez de proteger, elas podem acelerar a propagação do Alzheimer.

O Futuro das Pesquisas com Microglia

Embora as descobertas sobre o papel das micróglia sejam promissoras, seu campo de pesquisa ainda é incipiente. Algumas estratégias em estudos clínicos visam otimizar a capacidade das micróglia de eliminar amiloides, especialmente nos estágios iniciais do Alzheimer. Em relação ao vício, uma hipótese é substituir micróglia desajustadas por células saudáveis através da substituição micróglicial, um processo desafiador dado seu papel vital no cérebro.

O entendimento de como regular a ativação micróglial de maneira segura e eficaz pode abrir novas portas no tratamento de doenças neurológicas.

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