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Influenciador Átila Ângelo conta como lida ataques homofóbicos e revela como foi expor sexualidade na igreja evangélica
Jovem foi criado seguindo a religião evangélica
Compartilhar a sexualidade para a família e para os amigos não é um processo fácil para a maioria das pessoas LGBTs. Criado na igreja evangélica, o influenciador Átila Ângelo passou por esse dilema da maioria dos jovens, que na verdade, é o medo de não ser aceito. Como já gravava vídeos com peruca e roupas femininas, este momento foi algo esperado e natural.
“Meu processo de compartilhar sexualidade com a minha família foi algo muito espontâneo. Quando eu completei 17 anos, eu botei na minha cabeça que eu tinha que me assumir. E aquilo me deixou muito confuso, muito preocupado. Tive medo, senti aquela aflição. É tanto que mexeu muito no psicológico. Mas a partir do momento que eu botei na minha cabeça que eu não precisava chegar e falar, só bastava eu viver e mostrar quem eu era, tudo foi mais fluiu. Claro, que o meu trabalho me ajudou muito, porque eu fui me mostrando de maneira super leve e de uma maneira normal. Eu fui gravando meus vídeos vestido de mulher, minha família foi vendo que o público gostava, que tinha uma galera que me acompanhava, que me que me aceitava do jeito que eu era, do meu jeito de ser, do que eu vestia, do que eu falava. E minha família super aceitou”, recorda o rapaz de 20 anos.
Apesar de ter frequentado igrejas que aceitavam LGBTs, Átila acredita que eles pregam uma mudança, o que contrapõe com aceitação. Por ficar confuso com este discurso, ele acabou deixando a religião, já que aceita sua orientação sexual.
“Não frequento mais por conta disso também. Apesar de muitas igrejas que já frequentei falar que aceitam a gente como é, ao mesmo tempo, dizem que Deus vai nos mudar, que Ele transforma. O discurso de aceitação entra em conflito com o de mudança. No fundo, o que eles querem é que a gente acabe mudando, já que a Igreja prega muito isso. E é isso que deixa a gente muitas vezes muito confuso. Mas eu me aceito assim, sei que eu sou assim, eu me amo assim e acredito em Deus, claro. Mas não frequento mais por conta disso”, pondera.
Como na maioria dos conteúdos publicados para seus mais de 130 mil seguidores no Instagram e 1 milhão no TikTok, está com roupas femininas e com maquiagem, ele sofre ataques homofóbicos. Mas o cearense diz que isso não é tão comum.
“Graças a Deus, eu consegui criar uma comunidade de pessoas que gostam muito do meu trabalho, do que eu posto, do que eu crio, do meu conteúdo, que é mais leve, algo bem família. Acho que isso acaba não atraindo pessoas negativas. E quem me acompanha, sabe que eu faço isso por amor. Geralmente, quando eu recebo mensagens homofóbicas ou de outro tipo de ódio, eu tento responder de maneira que eu consiga conquistar a pessoa e acabe transformando ela de hater para seguidor, que é o que já aconteceu muito comigo. Porque às vezes a pessoa julga a gente pela primeira imagem que tem ali, viu alguma coisa e não gostou ou pela maldade, a gente levando com bom humor, consegue reverter a situação”, comenta.
Ele revela que já foi vítima de homofobia nas ruas. “Graças a Deus também não é tão comum, até porque como eu já falei, eu tenho esse poder de cativar as pessoas. Eu gosto muito de estar fazendo amizades. Mas isso já me feriu, nem sempre dá para levar preconceito com bom humor. Às vezes, a gente se abala um pouco, mas eu tento esquecer”, finaliza.