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Ex-ator da Globo diz que o filme ‘Ainda Estou Aqui’ é ‘peça comunista’

Longa aborda a ditadura e concorre ao Oscar

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Ainda Estou Aqui. Foto: Divulgação

Entre o fervor das premiações de cinema, o filme “Ainda Estou Aqui” emergiu como um ponto de discussão profunda sobre a história política brasileira. Participando em três categorias do Oscar, incluindo melhor filme e melhor filme estrangeiro, a obra dirigida por Walter Salles tem gerado debates tanto sobre sua qualidade artística quanto sobre os temas históricos que aborda. O filme reconta a história trágica de Rubens Paiva, um personagem central na narrativa da ditadura militar no Brasil.

Mário Frias, deputado federal e ex-secretário de Cultura do governo brasileiro sob a liderança de Jair Bolsonaro, teceu críticas contundentes ao filme, classificando-o como “propaganda e desinformação comunista”.

Essa avaliação do ex-ator da Globo provocou uma enxurrada de reações diversas nas redes sociais, refletindo a polarização existente no cenário político e cultural do Brasil. A obra de Salles, no entanto, se destaca por sua capacidade de explorar um período sombrio da história brasileira, utilizando a arte cinematográfica para revisitar eventos que moldaram o passado do país.

Por que “Ainda Estou Aqui” é Importante para o Cinema e a Memória Histórica?

O filme “Ainda Estou Aqui” aprofunda-se em um dos períodos mais tumultuados do Brasil: a ditadura militar que se estendeu de 1964 a 1985. Neste contexto, a produção se debruça sobre a história real de Rubens Paiva, um ex-deputado federal que foi sequestrado e morto sob o regime autoritário.

Mario Frias
Mario Frias (Foto: Reprodução)

Esta narrativa, apresentada através da perspectiva de sua família, permite ao público uma compreensão mais íntima dos horrores enfrentados por aqueles que ousaram desafiar o governo militar.

A escolha de Walter Salles em abordar tal tema ilumina fatos históricos frequentemente esquecidos ou minimizados em discursos públicos contemporâneos. Ao mesmo tempo, o filme promove o reconhecimento de figuras como Eunice Paiva, esposa de Rubens, cuja luta pela justiça e verdade ressoou em esferas além da política, influenciando movimentos de direitos humanos no Brasil.

Como a Recepção do Filme Reflete as Tensões Políticas Atuais?

A reação ao filme, notadamente as críticas feitas por Mário Frias, evidenciam as divisões ideológicas que persistem no Brasil. Em um cenário onde a história é reinterpretada sob diversas lentes políticas, a arte cinematográfica torna-se um campo de batalha para visões conflitantes sobre o passado. As alegações de que o filme serve como propaganda revelam um medo subjacente de que a história exposta possa contradizer narrativas estabelecidas por grupos políticos contemporâneos.

No entanto, grande parte do público e crítica vê o filme como um pedido de reflexão e reconhecimento dos erros passados, estimulando debates saudáveis sobre memória e responsabilidade histórica. A atuação poderosa de Fernanda Torres como Eunice Paiva reforça ainda mais este chamado ao diálogo, destacando a importância de histórias pessoais em grandes narrativas históricas.

Quais São as Implicações Culturais e Sociais do Reconhecimento Internacional?

Ser indicado ao Oscar, tanto na categoria de melhor filme estrangeiro quanto de melhor filme, proporciona ao Brasil uma vitrine global para suas narrativas culturais. Este reconhecimento não apenas destaca a produção cinematográfica nacional, mas também os temas universais e atemporais que emergem de histórias locais. “Ainda Estou Aqui” coloca-se assim não só como uma peça artística, mas como um documento cultural que convida o mundo a examinar as complexidades da ditadura militar brasileira.

O filme pode também estimular uma nova geração de cineastas a explorar tópicos históricos desafiadores, provando que a arte pode ser uma força potente para a mudança social e o entendimento global. Este reconhecimento sinaliza uma aceitação crescente do público internacional ao estilo narrativo e aos temas que os cineastas brasileiros são capazes de trazer à tona, inspirando maior diversidade e inclusão nas histórias contadas pelo cinema mundial.

1 comentário

1 comentário

  1. José de Lima Lucas

    27 de janeiro de 2025 em 06:58

    Bom dia. Muito triste um comentário de alguém que já foi de arte de representar. Realmente quem aderiu à essa direita radical perdeu totalmente a noção. Esses bolsonaristas que pediram Golpe de Estado e volta de AI5 não conhecem nada de História. Só posso sentir tristeza por tamanha ignorância.

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