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‘Elle, Marielle Franco’: curta-metragem será exibido pela primeira vez no Rio
Filme conta a história da ida dos pais de Marielle a Paris, para inauguração do parque que homenageia a vereadora assassinada e pedir justiça
!['Elle, Marielle Franco': curta-metragem será exibido pela primeira vez no Rio (Foto: Daniel Zarvos/ Divulgação) 'Elle, Marielle Franco': curta-metragem será exibido pela primeira vez no Rio (Foto: Daniel Zarvos/ Divulgação)](https://www.tupi.fm/wp-content/uploads/2023/10/Elle_CREDITO-DANIEL-ZARVOS-2-1-scaled.jpg)
“Não serei interrompida, vai ter que aturar mulher negra, trans, lésbica, ocupando a diversidade dos espaços.” A voz de Marielle Franco (Presente!) ecoa entre os oito minutos do curta, assinado por Liliane Mutti e Daniela Ramalho, que será exibido na próxima terça-feira (24), às 18h, durante a Mostra FESTin Rio 2023, na Caixa Cultural. O filme, inédito no Rio, conta a emocionante história da viagem dos pais de Marielle Franco a Paris, no esforço de cobrar justiça pela morte da filha.
Elle, Marielle Franco é um filme-ensaio, um filme sonoro, narrado por áudios em primeira pessoa de Marielle, como o do trecho do seu discurso de posse como vereadora do Rio de Janeiro: “Não serei interrompida, vai ter que aturar mulher negra, trans, lésbica, ocupando a diversidade dos espaços”.
No curta, a voz de Marielle alterna com a voz de dor da sua mãe, Marinete, e de seu pai, Antônio. Seus pais foram a Paris, convidados para inauguração do jardim que leva o nome de sua filha, quando pediram justiça para Marielle e seu motorista Anderson, brutalmente assassinados no Rio de Janeiro.
“O Elle existe porque Marielle continua existindo em cada um de nós que fazemos do cinema nossa re-existência e lutamos por justiça, por cada vida interrompida pela violência. O filme carrega essa dor, especialmente a dor da família de Marielle. Por isso, optamos por um filme fundamentalmente de arquivo, que traz a Marielle criança, depois se formando na universidade com a bandeira do Brasil, a Marielle tomando posse como vereadora do Rio de Janeiro e discursando na Câmara, com a presença de Indianara e de mulheres trans da Casa Nem. A história dá a dimensão da violência dessa vida interrompida”, destacou Liliane Mutti.
“E ver seu Antonio e dona Marinete, pais de Marielle, narrando a dor da ausência da filha e a sua luta incansável por justiça me dá um nó no peito.Quanto de potência foi arrancada da sua família e de todos nós? São perguntas que ficam sem resposta e o filme tenta trazer a ferida desse silêncio”, afirmou a cineasta.
O Jardim Marielle Franco foi inaugurado por uma iniciativa da prefeita de Paris, Anne Hidalgo, a partir de uma demanda de associações brasilianistas como a RED.br (Rede Europeia pela Democracia no Brasil), a Mulheres da Resistência e a Autres Brésils.
Realizado de forma colaborativa e voluntária pela Associação Cine Nova Bossa e o Coletivo Ubuntu Audiovisual, o curta tem distribuição do Centre Simone de Beauvoir. “Elle” já percorreu diversos festivais e circuitos, entre eles: Brésil en Mouvement (onde?), Festival Rainbow (Ceará), Digo (Goiás), MujerDoc (Espanha), Imaginária (Itália), Cineffable (Festival Internacional dos Filmes Lésbicos e Feministas), o Caminho de Cinema (Portugal). “Elle, Marielle Franco” foi o único curta documentário e único filme brasileiro dirigido por mulheres na sua estreia na 28ª edição do Festival Chéries Chéris, ano passado, em Paris.
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