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Decisão importante da Anvisa é comemorado por médicos brasileiros
Veja o que dizem especialistas e as medidas em estudo para conter o problema.Nos últimos anos, o mercado paralelo de análogos de GLP-1 tem se expandido significativamente, levantando preocupações entre entidades reguladoras e a indústria farmacêutica. Esses medicamentos, frequentemente utilizados para controle de peso e diabetes, estão sendo manipulados e comercializados sem a devida garantia de qualidade e segurança. Essa prática tem gerado um debate sobre a necessidade de medidas mais rigorosas da Anvisa para combater a manipulação irregular e proteger a saúde pública.
A Interfarma, Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa, destacou que a retenção de receitas, por si só, não é suficiente para resolver o problema. A entidade defende que o foco deve ser o combate efetivo ao mercado irregular, com ações como o fortalecimento da fiscalização e o controle de fronteiras. A proibição integral da manipulação de análogos de GLP-1, como já ocorre em países como Austrália e África do Sul, é vista como uma solução potencial para enfrentar o problema.
Por que a manipulação de análogos de GLP-1 é uma questão preocupante?
A manipulação de análogos de GLP-1 em escala industrial sem controle adequado levanta sérias preocupações de segurança. A importação e manipulação desses princípios ativos, muitas vezes promovidos com fins estéticos, não garantem a eficácia e a segurança necessárias para o uso médico. Além disso, campanhas publicitárias irregulares direcionadas ao público leigo aumentam o risco de automedicação, colocando em risco a saúde dos consumidores.
A Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso) também expressou preocupação com a situação. A entidade enfatiza a importância do acompanhamento médico no uso desses medicamentos e apoia a retenção de receita como medida para garantir o uso racional e seguro. A automedicação e a compra irregular podem dificultar o acesso de pacientes que realmente necessitam do tratamento, além de aumentar o risco de eventos adversos.
Quais medidas estão sendo propostas pela Anvisa?
Para enfrentar o crescimento do mercado paralelo, várias medidas estão sendo propostas. A Interfarma sugere uma atuação coordenada e rigorosa, incluindo:
- Fortalecimento da fiscalização e controle de fronteiras.
- Garantia da rastreabilidade de insumos farmacêuticos ativos.
- Proibição integral da manipulação de análogos de GLP-1.
Além disso, a Anvisa está sendo instada a definir prazos adequados para a validade das prescrições, garantindo que o uso dos medicamentos seja feito de forma segura e sob supervisão médica.
Qual é a posição das empresas farmacêuticas sobre a questão?
As empresas farmacêuticas, como Eli Lilly e Novo Nordisk, também estão se posicionando sobre o assunto. A Eli Lilly, fabricante do Mounjaro, reconhece a necessidade de controle, mas ressalta que o crescimento do mercado paralelo pode aumentar a procura por análogos manipulados. A empresa defende que medidas contra a manipulação irregular devem ser adotadas em conjunto com a retenção de receita.
Por outro lado, a Novo Nordisk, fabricante de Ozempic e Wegovy, recebeu a decisão da Anvisa com naturalidade e compartilha das preocupações quanto ao uso irregular de medicamentos. A empresa reforça que a segurança do paciente é seu principal compromisso e apoia ações que visem proteger a saúde pública.
Como a Anvisa está atuando frente à situação?
A decisão de intensificar o controle sobre os análogos de GLP-1 foi tomada com base em dados de vigilância. O sistema Vigimed revelou que houve um número significativamente maior de eventos adversos relacionados ao uso fora das indicações aprovadas pela Anvisa no Brasil, em comparação com dados globais. Isso reforça a necessidade de medidas mais rigorosas para garantir o uso seguro e eficaz desses medicamentos.
Em suma, o combate ao mercado paralelo de análogos de GLP-1 requer uma abordagem abrangente e coordenada, envolvendo tanto a indústria farmacêutica quanto as autoridades reguladoras. Apenas com ações conjuntas será possível proteger a saúde da população e garantir o uso seguro desses medicamentos.