Celebridades
Lucélia Santos diz que sofre por ser de esquerda: ‘Sou perseguida há muitos anos’
Em Portugal, a atriz ainda defendeu um boicote do país lusitano ao Brasil: "Essa é a única linguagem que se pode entender porque é a linguagem do capital"A atriz Lucélia Santos, conhecida por ter protagonizado as primeiras versões de “Escrava Isaura” (TV Globo-1976) e “Sinhá Moça” (TV Globo-1986), se mudou recentemente para Portugal, onde integrará o elenco de “Na Corda Bamba”, próxima novela da TVI. Em entrevista a um programa local, Lucélia afirmou ter sido perseguida no Brasil devido a sua posição política.
“Sou perseguida há muitos anos. Eu sempre tive uma posição de esquerda, assumidamente. Sempre tive do lado dos trabalhadores e das populações mais afetadas”, desabafou. Lucélia Santos ainda continuou criticando a atual situação política e econômica em que o Brasil se encontra, a qual considera a “pior desde a ditadura militar”.
De acordo com a atriz: “É um retrocesso civilizatório, uma coisa inexplicável. Todo o dia no Brasil você acorda e acha que está vivendo um pesadelo. Só que você acorda e está dentro do pesadelo, porque ele (Bolsonaro) não passa. E a cada dia as notícias vão piorando. É um desrespeito total às instituições, à constituição, inclusive. A grande meta no Brasil hoje é defender a democracia, que está frágil. A gente está debaixo das botas dos militares, inclusive com relação ao Supremo Tribunal Federal. Isso é uma crise institucional e quase constitucional. O país está completamente dividido desde 2013, desde que o Aécio Neves perdeu a eleição pra Dilma. Naquele momento, o país ficou dividido na metade”.
Lucélia ainda se queixou da falta de consciência ambiental no país: “O Brasil é o país que tem o maior potencial ambiental do planeta hoje. Talvez junto com o continente africano e a Austrália. Nós temos a maior floresta tropical úmida do mundo, que é a Floresta Amazônica, e eles querem destruir tudo. Eu sou uma defensora da Amazônia há mais de 30 anos, dos bichos, da fauna, da flora e dos povos da floresta – seringueiros, caboclos, índios” .
Ainda durante a entrevista, a eterna Isaura aproveitou para sugerir que Portugal faça um boicote: “Acho que vocês podem nos ajudar. Tem que boicotar todos os que querem destruir a floresta: as empresas, os produtos. Não comprar mais. Isso é uma forma séria de dar um basta. Esse produto está comprometido com a destruição da floresta, que implica na destruição do clima, da humanidade… Boicota, rompe contrato, não compra. Essa é a única linguagem que se pode entender porque é a linguagem do capital”.