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Barbie: saiba o que levou o filme da boneca ser o mais esperado do ano
Filme inspirado na célebre boneca Barbie promete atrair multidões ao cinema; veja a crítica do ‘Correio’
Não é apenas o comportamento padrão masculino, enxertado numa sociedade patriarcal, que vem à tona num filme de bonecas, retroalimentado pela empresa detentora da Barbie, a Mattel: desequilíbrio e a necessidade de mudanças cercam a protagonista absoluta do filme, materializada pela estrela Margott Robbie. Saída da Barbielândia, Barbie encontra-se em crise existencial, e, num primeiro momento, não conta com o respaldo da sororidade. Adentrando uma espécie de multiverso, ela atravessa uma membrana de separação que a apartava do contato com o mundo real.
Apontada como modelo, no roteiro que vem embalado pelo talento da também diretora Greta Gerwig (que escreveu o texto ao lado do companheiro Noah Baumbach), Barbie deixa o comodismo de habitar a famosa Casa dos Sonhos, e, a partir de uma inusitada e galopante consciência da morte, embarca numa trama (visualmente) empapuçada no pastiche do açúcar ultraprocessado que enfeita o miolo dos enredos cor-de-rosa tão associados à meninice. Visões malucas e sombrias de uma antiga entusiasta da Barbie, a agora adulta Gloria (America Ferrera), dão um pontilhado do rumo do que é visto na telona. Direito à equidade, a falsidade na perfeição do mundo de uma boneca mimada a ponto de se ver como o centro das atenções e a escalada do corporativismo chauvinista imperante num prédio fálico, no qual os homens se gabam de dar todas as cartadas, fazem a diferença.
Eterno complemento e dotado de sobrevida condicionada à existência da Barbie, o supérfluo Ken (Ryan Gosling), depois de um choque de realidade, promete desafiar a uniformidade de comportamentos padronizados e eternizados na Barbielândia. Estourar a ilusão de uma vergonhosa bolha, outrora intransponível, é o grande mérito do filme de Greta Gerwig. Expectativa e realidade se completam, além de se verem sabotadas, a todo momento. Cabe enfatizar que a filha de Gloria, Sascha (Ariana Greenblatt), rebelde e partidária das roupas pretas, não tem a menor afeição pela idealização proposta pela protagonista. Entre números musicais e a zombaria de baixarem a guarda, momentaneamente, para as figuras masculinas, as bonecas sofrem com mansplaining.
Na lida com personagens marginalizados, entre os quais Barbie Estranha (Kate McKinnon), que faz valer a perspicácia de, no fundo, ser observadora e imponente, e ainda a invisibilizada presença do sempre confuso Allan (Michael Cera), o eterno despercebido amigo do Ken geram graça. Ora com andamento de mero e ligeiro oba-oba de diversão, ora dotado de reflexões quanto à influência das bonecas na construção do imaginário feminino, Barbie diverte-se com o ruir das bases patriarcais, expõe a necessidade realista da implosão de certos sonhos para a conquista do legítimo amor-próprio. Do mea-culpa crítico ao incentivo a consumo desmedido às gargalhadas brotada na “fragilidade loura” do boneco Ken, o cômico Barbie não perde a graça, entre as cenas do cachorro de plástico habilitado a fazer cocô e o senso comum de que Barbie e Ken não ostentem genitália.
Curioso mundo da Barbie
Loira, olhos azuis, corpo magro, estas são as principais características da Barbie, a boneca mais famosa do mundo. Mas você conhece a história dela?
Origem
Em 1959, com ajuda do designer, Ruth Handler inventou uma boneca em tamanho adulto e deu a ela o nome da filha, Bárbara, com o apelido Barbie. A boneca foi criada em inspiração a uma boneca alemã chamada Bild Lilli, que, por sinal, tem os traços bem semelhantes aos da primeira boneca Barbie. A boneca surgiu, principalmente, porque a filha de Ruth, moldava em folhas de papel a silhueta de uma boneca adulta e brincava com ela assim. Na época, não havia bonecas com traços adultos. Daí, nasceu a barbie.
A primeira Barbie negra
Oficialmente, a primeira Barbie Negra surgiu em 1980, assinada pela designer Kitty Black Perkins, com cabelos afro. Desde então, ela sofreu diversas modificações que fidelizaram suas características. Hoje, há forte presença das barbies negras na coleção fashionistas que valoriza todas as etnias e com características femininas de todo o mundo.
A boneca das profissões
Na década de 1980, surgiram Barbies em diferentes profissões, tais como dentista, paleontologista, pilota de avião de caça, bombeira, astronauta, cirurgiã, dentista, engenheira e jogadora de futebol. A fase barbie profissões, acompanhava o slogan: Uma mulher pode ser tudo o que ela quiser.
Chegou a lua antes do Apollo 11
A Barbie é conhecida pelas milhares de profissões que teve e entre uma delas foi astronauta. A boneca chegou à lua antes que a missão Apollo, de 1967, pois a primeira aparição da boneca surgiu em 1965.
Midge a Barbie proibidona
Apresentada primeiramente em 1963 e criada originalmente para ser a amiga não tão bonita da barbie, Midge tinha características diferentes da boneca conhecida Era ruiva, com sardas e os olhos um pouco desconexos e esbugalhados, porém quando lançada logo saiu de circulação. Midge retornou no final da década de 1980, como parte do conjunto California Dream Barbie. No entanto, mais uma vez, apenas de maneira temporária. O retorno oficial foi em 1990, de forma inusitada para a época: A Midge retorna às lojas casada com o boneco Allan, com um filho chamado Ryan e grávida.
Todas as Barbies do mundo
No século 21, finalmente a Barbie avançou em diversidade. Em 2016, a Mattel, empresa que criadora da boneca, lançou a coleção “Barbie Fashionistas”. Veio com tipos diferentes de corpo, cabelo, cores de pele ou mesmo deficiências, como é o caso da barbie cadeirante e a barbie com prótese na perna.