Autor de ‘Babilônia’ e ‘Lado a Lado’ expõe interferência de executivos em novelas e desabafa: “O criador não decide mais nada” - Super Rádio Tupi
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Autor de ‘Babilônia’ e ‘Lado a Lado’ expõe interferência de executivos em novelas e desabafa: “O criador não decide mais nada”

João Ximenes Braga não esconde o descontentamento com os rumos da teledramaturgia atual

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João Ximenes Braga

João Ximenes Braga, autor de novelas como Lado a Lado e Babilônia, não esconde o descontentamento com os rumos da teledramaturgia atual. Em entrevista a Felipe Ferreira, do portal F.F Info, ele fez duras críticas à intervenção crescente de executivos nas novelas e lamentou a perda de autonomia criativa. Para o novelista, o que antes era um espaço de liberdade artística, hoje é dominado por pareceristas e decisões de executivos que não são responsáveis pelos erros que comprometem os resultados.

O desgaste do autor começou quando, após sua saída da TV Globo, percebeu a transformação do mercado com a chegada dos streamings. Segundo Braga, “o criador não decide mais nada”, nem mesmo sobre o destino de seus personagens. Ele lembra com amargor dos cortes e edições em Babilônia, afirmando que muitas decisões tomadas por executivos, sem consultar os autores, resultaram no fracasso da novela.

Em relação a Lado a Lado, Braga recordou a escolha de exibir a trama no horário das 17h30, durante a campanha eleitoral e em plena luz do dia, o que prejudicou sua audiência, especialmente em São Paulo. Ele ainda ressaltou que, apesar de a novela não ter alcançado altos índices no Ibope, ela teve bons números em várias regiões do Brasil, como no Rio e no Nordeste, onde rivalizava até com o sucesso de Avenida Brasil.

Braga também citou que, por vezes, a direção da Globo parecia mais inclinada a seguir as pressões externas do que a confiar nas escolhas dos criadores, algo que ele atribui ao boicote que sofreu ao lado de Claudia Lage em Babilônia. A insatisfação com as mudanças da profissão é clara: “O problema não é o Ibope, mas a desonestidade intelectual e a burrice crassa ao lidar com ele.”

Com um olhar pessimista sobre o futuro da dramaturgia, João Ximenes Braga expressa uma saudade do que considera os “bons tempos” da Globo, onde o criador ainda tinha um papel central nas decisões, especialmente em um meio onde o foco parece ter se afastado da arte e se inclinado para os interesses comerciais e de audiência.

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