Ator Steve Guttenberg revela os desafios e emoções de cuidar de seu pai idoso

Em uma conversa franca e emocionante com a BBC News Brasil, o ator Steve Guttenberg falou sobre uma das experiências mais difíceis de sua vida: cuidar de seu pai, Stanley Guttenberg, nos últimos anos de sua vida. Stanley, um ex-policial e ex-militar, foi diagnosticado com falência renal aos 85 anos, o que exigiu que ele passasse por diálise três vezes por semana.

Em seu livro “Time to Thank: Caring for My Hero”, Steve detalha como essa doença afetou a vitalidade e a personalidade de seu pai, que sempre foi um homem vigoroso e de presença marcante. Ao longo dessa jornada, Guttenberg descreveu tanto os desafios emocionais quanto as medidas práticas que ele e sua família adotaram para proporcionar os melhores cuidados possíveis a Stanley.

A Experiência de Steve Guttenberg ao Cuidar do Pai Idoso

Guttenberg decidiu ser o cuidador primário de seu pai, junto com sua irmã e sua mãe, após descobrir que Stanley precisaria de atenção constante. A rotina da família foi completamente transformada, com Steve viajando longas distâncias de carro para estar ao lado do pai e ajudar nas tarefas diárias. Além disso, ele e sua irmã fizeram um curso técnico para aprender a administrar a diálise em casa, aumentando assim o conforto de Stanley.

Como Steve Guttenberg Lidou com a Deterioração da Saúde de Seu Pai?

O processo de cuidar de alguém com falência renal é exaustivo e emocionalmente desgastante. Guttenberg relatou que as sessões de diálise drenavam as energias de seu pai, afetando o ânimo de toda a família. Muitas vezes, a sensação de impotência e a tristeza eram compartilhadas, ainda que mantivessem uma fachada de otimismo.

Todo o desgaste se refletia não só no corpo de Stanley, que perdia massa muscular rapidamente, mas também na mente de Steve, que precisava alinhar sua rotina para cuidar do pai. Ele precisava encontrar tempo para respirar, caminhar e conversar com amigos, atividades que o ajudavam a manter o equilíbrio emocional.

Quais Foram os Momentos de Alegria e os Desafios Enfrentados?

Apesar das dificuldades, havia momentos de alegria e reconhecimento. Uma das lembranças felizes que Guttenberg compartilhou foi a festa de 89 anos de Stanley, celebrada em um restaurante favorito da família. Esse evento proporcionou uma energia positiva e se tornou uma das memórias mais queridas para Steve.

No entanto, os desafios não cessaram. Depois de uma queda que resultou na fratura da bacia, Stanley nunca mais recuperou a consciência plenamente. Seu falecimento foi um momento de grande dor e desolação para Steve, que compartilha no livro como esse episódio impactou profundamente sua vida.

O Impacto e as Lições de Vida Aprendidas ao Cuidar de um Pai Idoso

Guttenberg acredita que sua experiência como cuidador trouxe valiosas lições sobre a vida e o cuidado humano. Ele menciona uma frase de Rosalyn Carter, ex-primeira-dama dos Estados Unidos, para refletir sobre essa realidade: “Existem quatro tipos de pessoas: a primeira é um cuidador, a segunda será um cuidador, a terceira era um cuidador, e a quarta precisará de um cuidador.”

Com o envelhecimento da população global, cuidar de parentes idosos está se tornando uma experiência comum. No Brasil, dados do IBGE mostram que o número de idosos ultrapassou o de jovens pela primeira vez. Steve destaca a importância de ter essas conversas e planejar o futuro, mesmo que falar sobre a morte seja culturalmente difícil.

Estratégias para Lidar com o Papel de Cuidador

• Planejamento e organização da rotina para incluir cuidados e momentos pessoais.
• Suporte emocional de amigos e família para aliviar a carga emocional.
• Educação e treinamento sobre procedimentos médicos para aumentar o conforto do paciente.

Em última análise, Steve Guttenberg compartilha a crença de que temos a responsabilidade de cuidar uns dos outros e fazer a diferença na vida das pessoas ao nosso redor. A experiência de cuidar de seu pai reforçou para ele a importância do amor, da paciência e da organização em tempos de adversidade.

Steve conclui que viver uma vida que honre a memória de um ente querido é uma maneira de continuar suas lições e deixar um legado positivo para as futuras gerações.