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Astro de musical, Stepan Nercessian diz que focou em ‘lado pouco mostrado’ de Chatô
Ator lidera montagem que revisita a trajetória de Assis Chateaubriand e os marcos da comunicação no Brasil
Stepan Nercessian assume o papel de Assis Chateaubriand em Chatô & os Diários Associados – 100 Anos de paixão, musical que resgata momentos marcantes da imprensa brasileira. “Estou me especializando como ator de musical que não canta nem dança”, disse o ator, em entrevista ao Estado de Minas. Stepan já viveu Chacrinha e o Coronel Tom Parker nos palcos. A peça estreia nesta sexta-feira (28/3), no Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro.
Diferente de seus colegas de elenco, Nercessian não canta, mas domina o palco na maior parte da peça, ambientada principalmente no escritório do magnata da comunicação. Ao lado dele estão Claudio Lins, que interpreta um jornalista fictício encarregado de contar a história dos Diários Associados por meio de uma jornada no tempo, Sylvia Massari, como a irreverente secretária dona Janete, e Patricia França, que dá vida a Juliana, funcionária do grupo e interesse romântico do personagem de Lins.

O espetáculo narra desde a fundação dos Diários Associados, em 1924, até feitos históricos como a criação da revista O Cruzeiro e da TV Tupi, primeira emissora de televisão do Brasil. Nercessian revela que buscou captar o “espírito de liderança” de Chateaubriand, destacando seu perfil acelerado, carismático e visionário. “Trabalho esse lado pouco mostrado dele”, comenta.
Responsável por avanços culturais e sociais
A peça celebra o centenário do grupo de comunicação do qual a Rádio Tupi, o Correio Braziliense e o Estado de Minas fazem parte.
Além de empresário e político, Chateaubriand foi responsável por avanços culturais e sociais, como a fundação do Masp e a exibição do primeiro beijo entre mulheres na televisão brasileira.
Sylvia Massari, referência do teatro musical, se destaca com dois números musicais: “Cantoras do rádio” e “La vie en rose”. Segundo ela, sua personagem mistura irreverência e sensibilidade. “A Janete tem muito de mim, é a grande cômica do espetáculo.”
Apresentações em MG e SP
Já Claudio Lins e Patricia França exploram o lado romântico da narrativa. A personagem de Patricia representa as muitas mulheres que atuaram nos bastidores do império de Chatô, reforçando o espaço que Chateaubriand oferecia a elas em uma época predominantemente masculina.
Após temporada no Rio de Janeiro, o musical segue para Belo Horizonte, com apresentações entre os dias 30 de maio e 1º de junho, no Sesc Palladium. Em São Paulo, estreia marcada para 27 de junho no Teatro Liberdade, onde ficará em cartaz até 17 de agosto.
