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Aliança Francesa Botafogo recebe exposição ‘O Caminho’

Mostra exibe as séries fotográficas produzidas pelas artistas visuais antes da residência artística

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Aliança Francesa Botafogo recebe exposição 'O Caminho'
Aliança Francesa Botafogo recebe exposição 'O Caminho' (Foto: Divulgação)

A galeria da Aliança Francesa Botafogo, na Zona Sul do Rio, abre ao público nesta quinta-feira (16), a partir das 18h30, a exposição “O Caminho”, das artistas Pauline Rousseau e Kamila K Stanley, selecionadas na 2ª edição do programa de residência de mesmo nome, para desenvolver seus trabalhos fotográficos no Brasil. A exposição faz parte do calendário oficial da 16a edição do FotoRio.

O programa “O Caminho” promovido pela Villa Tijuca é uma iniciativa da rede das Alianças Francesas do Brasil e do Réseau Diagonal, em parceria com Air France e Festival Foto Rio, com o apoio do Institut Français e da Embaixada da França no Brasil.

A mostra exibe as séries fotográficas produzidas pelas artistas visuais antes da residência artística.

A fotógrafa francesa Pauline Rousseau apresenta três séries: “Les Muscles”, “Vestiaire” e “La séance”. Juntas, elas fazem parte de um projeto de pesquisa teórica e visual intitulado “Débandade”, que analisa o gênero e, mais especificamente, a masculinidade hegemônica e suas representações, a partir de uma perspectiva feminista.

“A Débandade é uma busca com um protocolo duvidoso. Ela não é realizada sem humor, medo, atração, tensão, ternura, erotismo e conflito”, explica a fotógrafa.

Essas diferentes obras e séries questionam o “olhar feminino” e as representações tradicionalmente associadas à masculinidade dominante. Ao frustrar as expectativas e desafiar essas representações, possibilitamos e nos envolvemos em um processo de desconstrução.

Já a fotógrafa anglo-polonesa Kamila K Stanley, que vive na França desde os 6 anos de idade apresenta a série Tenha Orgulho (“Sois Fier.e” em francês), vencedora do Prêmio SAIF 2023, com retratos de pessoas LGBTQIA+ e fotografias da flora brasileira. A série busca tornar visível uma comunidade marginalizada em uma sociedade em chamas, em que ainda há muito a ser reconstruído. Mas também é uma história de esperança; o testemunho de uma comunidade que é tão desarmada quanto desarmante. Em um mundo onde a intolerância está ganhando terreno, temos muito a aprender. É uma resistência comovente e terna: a do amor em uma época de ódio.

Iniciado em 2018, primeiramente em um círculo íntimo, o projeto cresceu ao longo de quatro anos, durante os quais Kamila viajou por todo o Brasil. Seu trabalho reúne depoimentos e entra, humildemente, na intimidade das pessoas que fotografa, distanciando-se dos estereótipos da cultura queer latina: corpos hipersexualizados ou a precariedade fetichizada da prostituição e do vício em drogas.

“Cada retrato tem a intenção de refletir uma imagem da qual a pessoa retratada se orgulha”, diz Kamila.

Kamila K Stanley grava depoimentos em áudio com cada pessoa fotografada.

Os retratos são intercalados com imagens da rica fauna brasileira, sugerindo um paralelo entre a violência infligida pelo homem às populações LGBTQIA+ e a violência infligida aos seres vivos (desmatamento da Amazônia, destruição da biodiversidade), fruto de toda uma construção social de opressão patriarcal.

Para a série Tenha Orgulho, Kamila K Stanley também fez um curta-metragem Super8 de mesmo nome, explorando a relação entre o corpo, o movimento e a dança na cultura queer.

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