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A eterna questão: Por que o Brasil não enterra seus fios?
Impactos das tempestades na rede elétrica de São PauloAs recentes tempestades em São Paulo resultaram em quedas significativas de energia, afetando milhões de pessoas. Em outubro de 2024, os ventos de mais de 100 km/h causaram um corte de energia que deixou milhões sem eletricidade, destacando vulnerabilidades no sistema de distribuição de energia da cidade.
A situação vem se repetindo nos últimos anos, com eventos similares ocorrendo em 2023. Especialistas apontam que a instalação subterrânea da fiação poderia reduzir significativamente esses impactos, pois evita curtos-circuitos causados pela queda de árvores durante tempestades.
Por que optar por Redes Elétricas Subterrâneas?
A instalação de redes elétricas subterrâneas é uma solução frequentemente discutida para mitigar os apagões causados por tempestades. As cidades de Londres, Paris e Nova York têm implementado com sucesso tais sistemas, garantindo maior proteção contra eventos climáticos extremos.
A proteção extra oferecida por esses sistemas é uma das maiores vantagens. Fios e transformadores são protegidos dentro de dutos subterrâneos, ao contrário das instalações aéreas que ficam expostas aos elementos. Isso não só reduz a sujeição a ventos fortes e quedas de árvores, mas também melhora a estética urbana.
Quais São os Desafios do Aterramento de Cabos?
Apesar dos benefícios, os desafios para a implementação de redes subterrâneas em cidades como São Paulo são significativos. O custo elevado é uma das principais barreiras, pois o preço do aterramento pode ser até dez vezes maior que o das redes aéreas convencionais.
Além disso, o processo de construção é complexo e demorado. Grandes áreas precisam ser escavadas, o que pode causar interrupções no tráfego e incômodos para os moradores. Materiais mais caros, além da complexidade e do tempo de manutenção e operação, também aumentam os custos a longo prazo.
Quais Exemplos Internacionais Podem Inspirar o Brasil?
Projetos internacionais oferecem modelos interessantes para adaptação. Em Nova York, por exemplo, após intensas tempestades em 1888, a cidade iniciou um projeto extenso para aterrar seus cabos. Atualmente, mais de 70% da rede elétrica da cidade está no subsolo, assegurando um fornecimento de energia mais estável.
Similarmente, em Paris, a rede subterrânea, iniciada já em 1910, agora abrange toda a cidade. Esta abordagem não só protege contra cortes de energia, mas também melhora o visual urbano, removendo os cabos aéreos que atravessam as paisagens da cidade.
Considerações Finais e Possíveis Caminhos
A transição para uma rede elétrica subterrânea no Brasil apresenta desafios econômicos e logísticos significativos. Ainda assim, o longo prazo poderia compensar esses custos iniciais, especialmente em áreas altamente sensíveis, como hospitais e escolas, onde interrupções de energia são particularmente prejudiciais.
Embora o custo e a complexidade sejam barrerias consideráveis, iniciativas possíveis incluem o aproveitamento de infraestrutura existente, como valas de esgoto ou túneis de metrô. Além disso, parcerias entre setores podem abrir novos caminhos para o financiamento e a implementação progressiva dessas redes.