Eleições 2024
Em debate, Nunes e Boulos discutem privatização de serviços funerários
Esse é o último confronto dos candidatos à Prefeitura de São Paulo antes da votação do segundo turnoNo primeiro bloco do último debate antes da votação do segundo turno das eleições municipais, promovido pela TV Globo, noite desta sexta-feira (25/10), os candidatos à Prefeitura de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSol), focaram em temas como segurança pública e privatização. Na ocasião, o psolista questionou o atual prefeito sobre a concessão dos serviços funerários na cidade.
Nunes defendeu o serviço prestado por empresas e afirmou que há uma tabela específica para pessoas de baixa renda. O candidato à reeleição mudou de assunto e usou o mesmo tempo para questionar Boulos sobre descriminalização de drogas.
“Você sempre defendeu a liberação de drogas. Você não entende que a liberação de drogas acaba prejudicando os nossos jovens? As famílias, as mães sofrem com isso. Por que você sempre defendeu a liberação de drogas, por que você não votou no aumento da pena para as pessoas criminosas?”, disse Nunes.
Boulos acusou o adversário de estar mentindo e insistiu no assunto dos serviços funerários. “Ricardo, eu achei que você só ia começar com mentira depois das 23h. Começou cedo hoje. Eu quis defender a liberação de drogas? Eu vou falar disso, mas até para a gente manter a lealdade com quem está nos assistindo, eu te fiz uma pergunta: quanto custa para uma família fazer uma oração em um cemitério que você privatizou?”, questionou.
A privatização do setor em São Paulo foi realizada em março de 2023 — durante a gestão do atual prefeito. Com isso, os menores preços para sepultar um ente querido vão de R$ 3.250 a R$ 4.613,25 (valores de janeiro de 2024), a depender da concessionária que oferece o serviço. Nunes ressaltou que famílias de baixa renda e inscritas no CadÚnico têm direito à gratuidade.
“Estou falando que o que eu tenho no contrato foi feita a concessão. O contrato estipula que o preço da tabela de 2019 por seis itens são os preços congelados. Tem 25% de desconto no enterro social que não tinha e as pessoas pobres não pagam nada para poder fazer o enterro e o velório dos seus funcionários. Agora, de uma coisa de uma capela, isso é uma cidade de 12 milhões de habitantes. Vamos fazer uma conversa séria. Negócio de pegadinha é muito ruim isso”, disse.
Boulos insistiu que o tema é importante para a cidade e criticou a privatização. “Hoje, uma oração em uma capela custa R$ 580 no cemitério. Várias famílias, inclusive, em São Miguel, uma família teve que fazer a oração na calçada de um cemitério porque não tinham dinheiro para pagar uma capela”, apontou.
Ricardo Nunes afirmou que o serviço está em fase de aprimoramento. “A concessão é importante, tem um contrato rígido e a gente vai continuar melhorando o serviço funerário. Você pode observar, por exemplo, as agências, como elas já estão reestruturadas, o atendimento está melhorando. Mas é um serviço que eu fiz a concessão tem pouco tempo e é claro que ainda precisa de um tempo para melhorar”, disse.
No 1º e no 3º blocos, os candidatos debateram com tema livre e duração de 20 minutos. No 2º e no 4º, eles terão 20 minutos para debater dois assuntos determinados. Ao final da 4º etapa, Nunes e Boulos terão um minuto e meio para considerações finais.