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Eleições 2024

Eleições 2024 evidenciam baixa representatividade feminina na política, aponta estudo

Eleições 2024 reforçam a baixa representatividade feminina no Rio de Janeiro, com apenas 10% das vereadoras eleitas no estado. Câmara do Rio tem leve aumento, mas candidaturas de vice-prefeita são questionadas

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Eleições 2024 evidenciam baixa representatividade feminina na política, aponta estudo
Fábio Pozzebom/Agência Brasi

As eleições municipais de 2024 reforçaram um padrão histórico de baixa representatividade feminina na política do Rio de Janeiro. De acordo com o estudo apresentado na tarde desta sexta-feira (18) pelo Guia do Laboratório de Eleições, Partidos e Política Comparada (Lappcom), apenas 10% dos vereadores eleitos no estado são mulheres, um reflexo de uma tendência que se mantém ao longo das últimas décadas. O levantamento foi produzido por pesquisadores de diferentes universidades públicas, incluindo a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Apesar de um leve crescimento em relação às eleições de 2020, quando a participação feminina foi de 9,1%, os números ainda revelam um cenário de exclusão de mulheres dos espaços de poder.

Essa baixa representatividade também se observa nas prefeituras e vice-prefeituras do estado. Em 2024, apenas 13 mulheres foram eleitas para cargos de prefeita, enquanto 75 homens brancos assumiram o comando das prefeituras. A análise dos dados também mostra que, na maioria dos casos, as candidaturas femininas são utilizadas de forma estratégica pelos partidos, sem garantir o protagonismo real dessas mulheres nas decisões políticas. Muitas vezes, as candidaturas são impulsionadas para cumprir a legislação que determina a proporcionalidade de recursos destinados a candidaturas femininas, mas não promovem uma efetiva mudança no cenário político.

Câmara Municipal do Rio de Janeiro e aumento da presença feminina

Na capital, a Câmara Municipal do Rio de Janeiro apresentou um crescimento na participação de mulheres. Em 2024, 12 mulheres foram eleitas vereadoras, o que corresponde a 23,5% das cadeiras. Esse aumento em relação às eleições de 2020, quando 18% da Câmara era composta por mulheres, é um sinal positivo, mas ainda distante da igualdade de gênero. Entre as eleitas estão figuras experientes, como Rosa Fernandes (PSD) e Tânia Bastos (Republicanos), e novas vozes, como Joyce Trindade (PSD), ex-secretária de Políticas para as Mulheres na gestão de Eduardo Paes.

Ainda que a participação feminina tenha aumentado na Câmara, a análise sugere que esse avanço é lento e insuficiente para garantir uma verdadeira paridade. A presença de mulheres em cargos políticos, mesmo quando em crescimento, continua sendo uma exceção no cenário carioca e fluminense.

Mulheres em posições de vice-prefeita: estratégia eleitoral ou poder real?

Outro ponto destacado pelo estudo é o aumento das mulheres ocupando cargos de vice-prefeita. Entre 2020 e 2024, a participação feminina nessas posições subiu de 26,12% para 29,20%. Apesar desse crescimento, a realidade ainda é de que muitas dessas mulheres são utilizadas como candidaturas de apoio, sem que isso signifique um poder real ou protagonismo nas decisões das coligações.

Muitas vezes, as candidaturas femininas para vice-prefeita são uma resposta às exigências da legislação eleitoral, que impõe a distribuição de recursos para campanhas de mulheres. No entanto, esse movimento não representa um avanço efetivo na distribuição de poder entre homens e mulheres nas chapas majoritárias.

A representatividade feminina, ainda que tenha apresentado pequenos avanços, continua sendo uma questão desafiadora para o sistema político brasileiro, especialmente no estado do Rio de Janeiro, onde a predominância masculina se mantém como uma marca nas últimas eleições.

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