Bienal do Livro
Bienal nas Escolas promove criação de poemas entre alunos da rede pública municipal
Ação continua nesta quarta, 16, com autor Allan Dias Castro, em escola de CordovilO maior festival de literatura, cultura e entretenimento do país já começou! Na manhã desta terça-feira, dia 15 de agosto, cerca de 60 alunos do 9º ano da Escola Municipal Oswaldo Teixeira (Emot), em Quintino Bocaiúva, Zona Norte do Rio, receberam o projeto Bienal nas Escolas, que desta vez contou com a ilustre visita da escritora e poeta Stephanie Borges, que também faz parte do coletivo curador da edição comemorativa pelos 40 anos da Bienal do Livro Rio. O projeto que, desde 2019, extrapola os pavilhões do Riocentro e o período do evento, leva autores da programação para escolas da Secretaria Municipal de Educação (SME) com dinâmicas desenvolvidas para cada turma visitada.
Autora do livro de poemas “Talvez precisemos de um nome para isso” (Cepe Editora), Stephanie conquistou o público de imediato, pela identificação na trajetória escolar. “Foi emocionante quando soube que o Bienal nas Escolas seria em Quintino porque estudei aqui do lado, na Faetec. Outro dia eu era uma adolescente que queria ser escritora e hoje estou diante de vocês para inspirá-los a escrever”, falou para a jovem plateia. Stephanie conversou de igual para igual com a garotada, lembrando que o poema pode ser lido em poucos minutos e estar bem presente em quem somos.
“A gente não precisa entender completamente um poema para gostar dele, para se emocionar com ele. Com a nossa vida também é assim. A gente lida com muitas coisas que não entende, mas, às vezes, é a poesia que nos oferece um vocabulário, uma ideia para a compreensão. Sei que amanhã vocês vão ouvir um slam num evento, um poeta recitando num podcast e lembrar desse papo sobre poesia. Estou animada porque sei que já temos poetas nessa escola”, festeja Stephanie, na mira de todos os olhinhos vibrantes da sala de aula.
Sob o tema “Bilhete para um amigo”, os alunos do nono ano, com idades entre 13 e 15 anos, se puseram a registrar as ideias e os sentimentos no papel, A iniciativa foi pensada para desenvolver a criatividade da turma, conduzindo os alunos a etapas importantes do processo de criação de um poema, desde a escolha do repertório, passando pelas técnicas de escrita até declamações dos mais extrovertidos dos seus versos .
A diretora da Emot, Bruna Mannarino Serpa, é uma apaixonada pelas artes e faz questão de cuidar pessoalmente das oficinas de leitura e escrita, que são valorizadas na escola de Quintino. Os alunos já produziram dois livros independentes e autorais, feitos artesanalmente, e muito se orgulham de frequentar a Bienal do Livro Rio. A jovem Mirela Martins, 14 anos, é uma delas. Esteve na última Bienal e levou para casa dois livros, com o voucher que ganhou da SME para levar um livro para casa. O clássico “O diário de Anne Frank”, publicado originalmente em 1947, foi rapidamente devorado e ela já está animada para escolher mais livros em setembro.
“O Projeto Bienal nas escolas é uma das expressões do propósito da Bienal do Livro Rio, que é incentivar e qualificar o hábito da leitura. Buscamos com ele deslocar no espaço e tempo a potência do universo literário que a Bienal traz consigo, e vemos nas escolas o lugar perfeito para isso. Sempre encontramos alunos ávidos pela leitura e extremamente receptivos para as dinâmicas e visitas propostas, e sempre saímos com a sensação de termos encontrado futuros escritores.” Afirma Bruno Henrique, gerente de marketing da GL Events.
Para o secretário Municipal de Educação, Renan Ferreirinha, “a Bienal nas Escolas é uma prévia desse super evento, que é Bienal do Livro, um momento de celebração da educação, da leitura, de um futuro melhor. Nossas crianças precisam sonhar grande e os livros levam nossos alunos a lugares inimagináveis, ajudando a pensar em possibilidades que poderiam parecer impossíveis. Essa é a magia que a Bienal nos proporciona”, destaca.
Amanhã, literalmente, tem mais. Nesta quarta, dia 16 de agosto, será a vez de Allan Dias Castro (autor de O Zé-Ninguém, Voz ao verbo, A monja e o poeta e O colecionador de saudades) ministrar a oficina “Vozes aos sonhos” na Escola Municipal Embaixador Barros Hurtado, em Cordovil. Além de aprender técnicas para escrever poesias, os estudantes serão estimulados a expressar os seus sonhos através das rimas.
No mesmo dia, Allan vai formar grupos de alunos para que cada equipe escreva uma estrofe da poesia que será feita em conjunto pela turma, com base em dicas e temas fornecidos pelo autor e que se desdobrarão em conteúdos audiovisuais. A expectativa é estimular o desenvolvimento dos alunos de modo que aprendam a lidar com os sentimentos e aumentem a sua capacidade de se expressar. Ainda em sua passagem pela escola, Allan também lerá poemas que já foram pré-selecionados pela escola . Um deles será conhecido como vencedor.